Cervejeiras receiam perder 80 milhões de euros com greve dos portos

Associação de produtores, que inclui a Unicer e a Central de Cervejas, estima que paralisação faça transferir 300 contentores de cerveja destinados aos PALOP. Custo extraordinário já vai nos 500 mil euros.
Isabel Aveiro 17 de Outubro de 2012 às 16:51

Em Portugal existem, além da produtora da SuperBock e da Sagres, a Empresa de Cervejas da Madeira (ECM), fabricante da Coral e líder naquela região autónoma, a açoriana Fábrica de Cervejas e Refrigerantes João de Melo Abreu e a antiga fábrica da cerveja Cintra, em Santarém, explorada actualmente pelos espanhóis da Font Salem. No total, contando com todas as empresas do sector e os seus 1.100 fornecedores, a indústria reúne 75 postos de trabalho de forma directa e indirecta.

Em comunicado emitido esta quarta-feira, a APCV defende que “durante o mês de Setembro e até ao final de Outubro” a estimativa aponta para que a “crise sentida no sector portuário nacional obrigue à transferência de mais de três centenas de contentores com cerveja, destinada a regiões como os PALOP [países africanos de língua oficial portuguesa]”. Angola é, recorde-se, o principal mercado de exportação da Unicer e da Central de Cervejas, tendo ambas projectos industriais para o país.

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“Uma parte significativa da exportação nacional de cerveja está em causa” devido à paralisação, acredita a entidade, que defende que “se nada for feito para terminar com esta crise portuária, venha a existir em 2012 “uma diminuição nas vendas ao exterior até 80 milhões de euros, correspondente a uma redução nas exportações até 100 milhões de litros”.

A associação sectorial recorda que a indústria cervejeira portuguesa “em 2011, exportou 35% do total da sua produção, o que representa cerca de 250 milhões de euros, e entregou ao Estado, entre impostos directos e indirectos, cerca 992 milhões de euros”.

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