Charlie Hebdo: Polícia procura os dois principais suspeitos a Norte de Paris
Os irmãos Chérif, 32 anos, e Said Kouachi, 34, foram avistados esta manhã de quinta-feira, 8 de Janeiro, num posto de combustível na comuna de Villers-Cotterêts, a 96 quilómetros de Paris.
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Seguiam num Renalt Clio branco com as matrículas tapadas e, segundo uma testemunha, transportavam máscaras e kalashnikovs no carro. Outra fonte disse ao Le Parisien que transportavam também um lança-rockets.
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Até agora, foram detidas sete pessoas no âmbito da investigação do ataque ao jornal Charlie Hebdo - que terminou com a morte de 12 pessoas e mais de uma dezenas de feridos.
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Após o encontro, Sarkozy sublinhou que, neste momento, o mais importante é "manter a unidade nacional frente aos fanáticos contra a civilização, contra a República".
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Neste momento, a Raid e GIGN, as forças especiais da polícia nacional e da gendarmerie, estão no local a procurar pistas. Depois, os suspeitos partiram na direcção de Paris e as forças de elite criaram um cordão de segurança para selar a área.
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Os membros da Raid e da GIGN estão agora nas localidades de Villers-Cotterêts e Crépy-en-Valois à procura dos suspeitos, avança o Le Figaro. É numa área de 20 quilómetros quadrados que as forças especiais procuram os dois homens, fazendo buscas casa a casa.
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Mais de 80 mil polícias e militares nas ruas
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A segurança no país foi reforçada, avançou o Ministério do Interior, com mais de 88 mil homens na rua. No total, são 50 mil polícias, 32 mil gendarmes e 1150 militares para garantir a segurança no hexágono. Destes, cerca de 9600 estão destacados em Paris.
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Um dos irmãos Kouachi conta com antecedentes criminais. Em 2008, Chérif foi condenado a 18 meses de prisão por terrorismo, por ajudar a recrutar combatentes para o Iraque. O primeiro ministro Manuel Valls disse hoje que os dois suspeitos já eram "conhecidos" e que estavam a ser "vigiados".
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O terceiro suspeito, Hamyd Mourad de 18 anos, entregou-se durante a noite à polícia na cidade de Charleville-Mezéres, 230 quilómetros a Norte de Paris. No entanto, vários dos seus colegas da escola secundária nesta cidade foram para o Twitter dizer que, à altura do ataque, Mourad estava sentado a seu lado numa aula de filosofia, sendo, por isso, impossível de ter participado no ataque. O homem é cunhado de um dos irmãos Kouachi.
Num gesto simbólico, quinze líderes religiosos muçulmanos depositaram flores perto da redacção do Charlie Hebdo, conta o Le Figaro. "Posso dizer que estamos a passar um período muito difícil. Estamos todos solidários", disse Hassen Chalghoumi, imam da cidade de Drancy.
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Esta manhã uma mulher polícia e um varredor de rua foram alvos de um ataque no Sul de Paris, a primeira morreu, a segunda ficou ferida. O atirador está a monte e a polícia rejeitou qualquer ligação com o ataque ao semanário.
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Extrema-direita quer referendar pena de morte
Hoje foi celebrado um minuto de silêncio por toda a França e o país está a cumprir o primeiro de três dias de luto nacional em memória das vítimas, e no Domingo, 8 de Janeiro, vai ser realizada uma "marcha republicana" em Paris, cujo objectivo é juntar partidos dos vários quadrantes políticos para mostrar a união da República Francesa após o ataque.
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Mas a marcha, organizada pelos partido de esquerda e que pretende ser de união, quer deixar a Frente Nacional, de extrema-direita, de fora. Em reacção, Marine Le Pen disse não ter recebido nenhum convite e mostrou-se indignada, acusando os organizadores de "manobras políticas"
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"Todos os outros partidos estão mortos de medo. Eles pensam nas suas pequenas eleições e nos seus pequenos mandatos. São os velhores reflexos de quem congelou a vida política nos últimos 20 anos. Se não me convidarem, não me vou impor. É uma armadilha: ao menor incidente vão dizer que a culpa é minha", disse a líder da Frente Nacional ao Le Monde.
Depois do ataque que causou a morte a 12 pessoas, Marine Le Pen falou em recuperar a pena de morte no país. "Pessoalmente acredito que a pena de morte deve existir no nosso quadro legal", disse, ao canal France 2.
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"Eu sempre disse que iria oferecer aos cidadãos franceses a possibilidade de se expressarem sobre este tema através de um referendo", sublinhou.
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Mas, mesmo com o ataque, a voz do Charlie Hebdo não se vai calar. O semanário satírico vai chegar, mais uma vez, às bancas na próxima semana, anunciou hoje Patrick Pelloux, cronista da publicação. Em resposta ao ataque vão ser impressos um milhão de exemplares, um valor muito acima da habitual tiragem de 60 mil exemplares. Para ajudar, a Google planeia doar 320 mil euros para ajudar ao Charlie Hebdo, dinheiro que se vai juntar ao já doado pelos meios franceses de comunicação social.
Os sobreviventes do ataque ao Charlie Hebdo aceitaram o convite do jornal Libération para usarem as suas instalações para prepararem os próximos números. O gesto é uma repetição do que teve lugar em 2011 quando os escritórios do semanário satírico foram incendiados, pela publicação de cartoons a representar graficamente Maomé.
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