China lança medidas para estabilizar emprego, economia e comércio externo

Desde o início da guerra comercial desencadeada por Trump, as empresas chinesas têm voltado a atenção para o mercado interno. No entanto, subsistem dúvidas quanto à viabilidade desta estratégia, devido à fraca procura interna da China, um dos principais sinais que afetam a segunda maior economia do mundo.
Tingshu Wang/Reuters
Lusa 28 de Abril de 2025 às 09:37

As autoridades chinesas revelaram esta segunda-feira várias medidas destinadas a estabilizar o emprego, a economia e o comércio externo, face à guerra comercial com os Estados Unidos, que aumentou a incerteza na segunda maior economia mundial.

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Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o principal órgão de planeamento do país, explicou que as medidas que visam estabilizar o comércio externo da China, que foi abalado pela guerra comercial iniciada pelo Presidente norte-americano Donald Trump, envolvem "apoios específicos e diferenciados para cada setor".

O Governo chinês "vai ajudar as empresas exportadoras a evitar riscos", disse Zhao, acrescentando que as empresas de serviços chinesas serão incentivadas "a expandir-se internacionalmente".

As empresas estrangeiras também serão incentivadas a "reinvestir" na China, observou o dirigente, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

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Em relação ao apoio aos consumidores, o governante citou "o reforço do apoio a idosos com deficiência", "a expansão do consumo no setor automóvel" e "a construção de um sistema de distribuição salarial adequado às competências de cada trabalhador".

Zhao enfatizou ainda a importância de "estabilizar e revigorar continuamente o mercado de capitais", "aumentar o apoio financeiro à economia real" e "consolidar a estabilidade do mercado imobiliário", mergulhado numa crise profunda há anos.

No que toca à estabilização do emprego, o vice-diretor anunciou "um aumento da formação profissional" e "um reforço dos serviços públicos de emprego".

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Na sexta-feira, a liderança do Partido Comunista Chinês (PCC) apelou também a medidas para estabilizar e estimular a economia, de forma a mitigar os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos.

Após uma reunião, o Politburo do PCC declarou que, face ao "crescente impacto dos choques externos", o Governo chinês "coordenará os esforços para abordar a economia doméstica em paralelo com os desafios do comércio internacional".

O poderoso órgão político referia-se, sem mencionar especificamente, às disputas comerciais com os Estados Unidos nas últimas semanas, que resultaram na imposição mútua de tarifas superiores a 100%.

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O Politburo indicou que "é necessário consolidar ainda mais as bases para a recuperação económica sustentada da China", citando a importância de desenvolver o consumo de serviços e "reforçar o papel do consumo como impulsionador do crescimento económico".

Desde o início da guerra comercial desencadeada por Trump, as empresas chinesas têm voltado a atenção para o mercado interno.

No entanto, ainda subsistem dúvidas quanto à viabilidade desta estratégia, devido à fraca procura interna da China, um dos principais sinais que afetam a segunda maior economia do mundo.

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Nos últimos anos, Pequim recusou implementar fortes medidas de estímulo, para evitar a inflação que atingiu as economias ocidentais após a pandemia, apontado para a elevada dívida pública e a oposição do Presidente chinês, Xi Jinping, à distribuição de subsídios.

Pequim afirmou, no entanto, que irá implementar um corte nas taxas de juro "no momento certo".

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