Endividamento da economia tem em setembro maior disparo mensal desde a pandemia
O endividamento da economia portuguesa, sem considerar a banca, teve em setembro o maior aumento mensal desde o início da pandemia. Os dados do Banco de Portugal, divulgados esta sexta-feira, revelam que a dívida do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) disparou 9,4 mil milhões de euros, para um total de 866,4 mil milhões.
Desses 866,4 mil milhões, a maioria do endividamento dizia respeito ao setor privado (478 mil milhões), nomeadamente empresas privadas e particulares. Mas a dívida do setor público, em concreto das administrações públicas e empresas públicas, foi a que mais aumentou, tendo crescido 6,7 mil milhões em setembro, para um total de 388,4 mil milhões.
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Esse acréscimo da dívida do setor público aconteceu, sobretudo, perante o exterior (+6,0 mil milhões), "refletindo essencialmente o investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa". Aumentou também perante as administrações públicas (+0,6 mil milhões) e os particulares (+0,3 mil milhões).
Em sentido contrário, "o endividamento do setor público reduziu-se perante o setor financeiro (-0,3 mil milhões), principalmente pelo desinvestimento em títulos de dívida de curto prazo", nota o BdP.
Por outro lado, o endividamento do setor privado aumentou 2,6 mil milhões em setembro. O endividamento das empresas privadas aumentou 1,4 mil milhões, "refletindo, principalmente, o incremento do financiamento obtido junto do setor financeiro (+0,8 mil milhões) e do exterior (+0,6 mil milhões)". Já a dívida das famílias subiu 1,3 mil milhões, "essencialmente perante os bancos, por via do crédito à habitação (+1,0 mil milhões)".
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Em termos homólogos, o endividamento das empresas privadas cresceu 2,5% e o endividamento dos particulares subiu 7,8%, sendo este "um novo máximo desde o início da série (dezembro de 2008)".
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