Ministra foi informada de valores elevados da internacionalização da Santa Casa da Misericórdia

Ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Edmundo Martinho avisou Ana Mendes Godinho em junho de 2021 que era necessário investir 30 milhões de euros no Brasil.
Ana Mendes Godinho
Manuel de Almeida/Lusa
Negócios 11 de Dezembro de 2023 às 09:16

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, foi informada dos valores que iriam ser investidos no projeto de internacionalização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), revela, esta segunda-feira, o Público.

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De acordo com o jornal, em junho de 2021, o então provedor da SCML, Edmundo Martinho, enviou um email a Ana Mendes Godinho e à sua chefe de gabinete Rita Duarte, com conhecimento de duas pessoas da SCML, entre elas Ana Azevedo, que era a vogal responsável pela área da internacionalização, no qual explanava a estratégia da Santa Casa Global - empresa criada pela SCML para desenvolver o projecto da internacionalização - para entrar no mercado do Brasil.

E, nesse email, a que o jornal teve acesso, era explicado o processo de aquisição de 55% da sociedade MCE por cerca de 14,56 milhões de euros, que seriam liquidados em três anos, e referido que estava a ser feita a verificação da idoneidade da empresa em causa.

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Edmundo Martinho ressalvava que "a situação da pandemia tinha dificultado, de forma significativa, a concretização da estratégia definida, obrigando ao adiamento dos processos de atribuição de licenças de concessão que deviam ter ocorrido em 2020" e que se mantinha a necessidade de dotar "a empresa com 30 milhões de euros", valor que viria do orçamento de 2020, mas que não teria sido ainda aplicado, escreve o Público, indicando que, segundo o mesmo responsável, há Planos de Atividades e Orçamento aprovados pela tutela com valores definidos e enviados para a Direcção-Geral do Orçamento (DGO), atas de reuniões com vários elementos da mesa da SCML e centenas de emails.

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