Montenegro: "nada obsta a que Portugal" envie tropas para a Ucrânia em tempo de paz

O primeiro-ministro sublinha que o país não terá soldados no terreno neste país enquanto durar a guerra, mas admite que isso possa acontecer depois do conflito terminar.
Luís Montenegro e Volodymyr Zelensky em Kiev em dezembro de 2025
Lusa
Lusa 13:21

O primeiro-ministro afirma que "nada obsta" a que Portugal possa enviar militares para a Ucrânia em tempo de paz, e reiterou que o país não terá soldados no terreno neste país enquanto durar a guerra.

Luís Montenegro falava na conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Ucrânia, no âmbito da sua primeira visita a Kiev enquanto primeiro-ministro.

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"Nada vai obstar a que militares portugueses possam fazer na Ucrânia o que já estão a fazer aqui ao lado, na Eslováquia, na Roménia, na Letónia, na Lituânia, em tantos outros países onde as nossas Forças Nacionais Destacadas no âmbito da União Europeia, no âmbito da NATO, participam em missões de paz e participam em missões de dissuasão e de segurança", afirmou.

Montenegro disse querer ser muito claro: "Hoje, isso não está previsto e, portanto, ao dia de hoje, a nossa participação não envolve nenhum tipo de empenhamento terrestre. Já envolve participação a nível marítimo e a nível aéreo".

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"No futuro, tudo estará em aberto ao abrigo daquelas que são as nossas responsabilidades", assegurou.

Questionado se compreendia a posição portuguesa, o Presidente da República Volodymyr Zelensky disse entender que apenas depois do cessar-fogo se possa falar neste tema.

"Concordo com o Luís, é muito cedo para falar nisso", disse, afirmou.

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Na terça-feira, numa audição parlamentar, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, tinha afastado o envio de portugueses para um cenário de guerra na Ucrânia, mas admitiu que Portugal possa integrar uma "força de paz" num contexto de um acordo com garantias de segurança.

"Portugueses, para um cenário de guerra não irão, isso é certo. Mas, se houver paz, não é a primeira vez que fazemos parte de forças de paz", disse Paulo Rangel, respondendo a uma pergunta do Chega durante uma audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

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