Nobel da Economia premeia três investigadores pela ajuda no combate à pobreza
O indiano Abhijit Banerjee, a francesa Esther Duflo e o americano Michael Kremer são os galardoados de 2019 com o Nobel da Economia, com a Real Academia das Ciências Suecas a destacar que os três académicos " introduziram uma nova abordagem para obter respostas confiáveis sobre as melhores formas de combater a pobreza a nível global".
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Os galardoados deste ano, que vão dividir em partes iguais as nove milhões de coroas suecas (cerca de 830 mil euros), trabalham todos nos Estados Unidos. Abhijit Banerjee, nascido em Bombaim em 1961, e a parisense Esther Duflo, que é 11 anos mais nova, pertencem ambos ao Massachusetts Institute of Technology (MIT). Já o americano Michael Kremer, nascido em 1964, é dos quadros da Universidade de Harvard.
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Watch the announcement of the 2019 Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel.
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Presented by Göran K. Hansson, Secretary General of The Royal Swedish Academy of Sciences.#NobelPrize pic.twitter.com/M8kqyxvfxq
"Em resumo, [o seu trabalho] envolve dividir esse problema em perguntas mais pequenas e mais fáceis de trabalhar – por exemplo, sobre as ações mais eficazes para melhorar os resultados na educação ou na saúde infantil. Eles mostraram que, geralmente, essas perguntas mais curtas e precisas têm uma melhor resposta através de experiências cuidadosamente concebidas entre as pessoas que são mais afetadas", explica a organização, que disponibilizou um dossiê pormenorizado sobre o tema.
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Logo em meados dos anos 1990, Michael Kremer foi o primeiro a demonstrar como esta abordagem podia ser proveitosa, ao fazer experiências no terreno para testar uma série de intervenções que poderiam melhorar os resultados escolares no Quénia. Banerjee e Duflo seguiram-no depois noutros temas e países, sendo que "estes métodos de pesquisa experimental agora dominam por inteiro a economia do desenvolvimento".
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Com a designação oficial de "Prémio Sveriges Riksbank em Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel", este prémio é financiado pelo banco central sueco e foi instituído apenas em 1968, ou seja, não faz parte do grupo original de distinções criadas no final do século passado pelo químico e inventor sueco. Além de ser a mais jovem de sempre, Esther Duflo é também apenas a segunda mulher a vencer. E na conferência de imprensa desta manhã disse esperar que "isto inspire muitas outras mulheres a continuar a trabalhar e muitos outros homens a respeitá-las como merecem".
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Em termos de nacionalidade, os economistas americanos têm dominado esta lista, representando quase metade do total dos distinguidos. É o caso de Kremer e dos académicos William Nordhaus e Paul Romer, que no ano passado foram agraciados porque "projetaram métodos que abordam algumas das questões mais fundamentais e de maior pressão" na atualidade: o crescimento sustentável a longo prazo na economia global e o bem-estar da população mundial.
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Da Etiópia ao cosmos em 2019
Nos prémios deste ano, o destaque vai para o primeiro-ministro etíope, que venceu o Nobel da Paz pelos esforços para a pacificação com a vizinha Eritreia. Na Literatura foram dois os laureados – Olga Tokarczuk e Peter Handke –, já que a distinção para os melhores escritores do mundo tinha ficado por atribuir em 2018 devido a acusações de abuso sexual envolvendo membros do júri.
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Em 2019, o Nobel da Química premiou o desenvolvimento de baterias de iões de lítio e o da Física destacou as "contribuições para a compreensão do universo e do cosmos". Finalmente, o prémio na área da Medicina e Fisiologia foi atribuído este ano pelo Instituto Karolinska da Suécia a três investigadores pelas "descobertas de como as células sentem e se adaptam à disponibilidade de oxigénio".
(notícia atualizada pela última vez às 12:05 com mais informações)
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