Novo líder da UGT promete defender trabalhadores e sair às ruas

O novo secretário-geral da UGT comprometeu-se hoje, num discurso de mobilização e de união, a defender os direitos dos trabalhadores, o seu "interesse supremo", e a participar nas manifestações do 25 de Abril e do 1.º de Maio.
Novo líder da UGT promete defender trabalhadores e sair às ruas
Lusa 21 de Abril de 2013 às 21:24

Com quase 89% dos votos, Carlos Silva foi hoje eleito pelos delegados ao congresso da União Geral de Trabalhadores (UGT), que decorreu em Lisboa durante dois dias.

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No discurso da tomada de posse, em que foi aplaudido várias vezes, Carlos Silva deixou alguns recados: "a UGT não tem patrões, só representa trabalhadores", "a UGT deverá estar sempre, sempre, sempre do lado dos trabalhadores".

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Deixou ainda críticas ao Governo, exigindo que o diálogo social não seja "apenas simbólico e formal", e tentou uma aproximação à Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP).

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"Sabemos o que nos afasta, assumimos que pode haver caminhos que nunca se cruzarão", disse, reconhecendo as divergências entre as duas centrais mas afirmando que "os trabalhadores não as compreendem e muitos não as aceitam", pelo que as estruturas "não podem continuar de costas voltadas".

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Apesar de a UGT não ter estado presente no último congresso da CGTP, a Intersindical fez-se representar tanto na sessão de abertura como na de encerramento da UGT por elementos da comissão executiva.

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Na reunião magna, que decorreu sob o lema "Crescimento e emprego: recuperar a esperança", foi ainda eleita Lucinda Dâmaso para presidente, substituindo João de Deus. Lucinda Dâmaso é a segunda mulher a presidir à central sindical.

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Em clima de consenso, os cerca de 900 delegados discutiram e aprovaram as grandes linhas de orientação político-sindicais para os próximos quatro anos, que prevêem, nomeadamente, a procura da unidade na acção do movimento sindical, em especial com a CGTP e com os seus sindicatos.

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Numa sala pintada de vermelho e branco, houve críticas à actuação de João Proença, que deixa o cargo de secretário-geral ao fim de 18 anos, acusado de apostar apenas no diálogo com o Governo e de não ter sido capaz de fazer cumprir o acordo tripartido assinado em Janeiro de 2012.

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A estas críticas, Proença respondeu com breves mas exaltadas palavras, argumentando que a central não participa em manifestações partidárias.

 

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Ainda assim, foram mais os elogios do que os reparos a João Proença e, na última sessão de trabalho, o ex-secretário-geral recebeu aplausos de pé pela maioria dos congressistas.

No seu último discurso no congresso, Proença despediu-se da vida sindical activa, confessando ter já uma "grande saudade" e aproveitando para deixar palavras de confiança de confiança ao seu sucessor.

 

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Pelo congresso da UGT passaram várias personalidades políticas, patronais e sindicais, incluindo três elementos do Governo: o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, o ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, e o secretário de Estado do Emprego, Pedro Roque.

 

Do lado do Governo não houve respostas às críticas que alguns sindicalistas lhes dirigiram, apenas o reconhecimento do "sentido de compromisso e de responsabilidade da UGT" e da importância do diálogo social, "um activo importante de Portugal".

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