PIB da Alemanha deve crescer 0,2% em 2025 e acelerar em 2026 e 2027
O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha deve registar um aumento de 0,2% este ano e avançar 1,3% em 2026 e 1,4%, em 2027, segundo as projeções de outono de cinco institutos económicos da Alemanha.
A economia alemã parece ter deixado para trás a estagnação em que se manteve nos últimos dois anos e provavelmente recuperará algum dinamismo, segundo as projeções de cinco institutos económicos da Alemanha, que inclui o ifo, o Instituto Alemão de Pesquisa Económica (DIW) e o Instituto de Economia Mundial de Kiel.
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A economia alemã esteve em recessão nos anos de 2023 e 2024, com uma contração do PIB de 0,1% e 0,2%, respetivamente.
Segundo a agência federal de estatísticas da Alemanha (Destatis), que ainda não publicou os dados para o terceiro trimestre, a economia alemã contraiu-se no segundo trimestre de 2025 em 0,3% depois de crescer apenas 0,3% entre janeiro e março.
"A economia alemã continua a apoiar-se em bases frágeis", afirmou Geraldine Dany-Knedlik, diretora da área de Previsão e Política de Conjuntura no DIW Berlim.
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"Nos próximos dois anos, o PIB alemão recuperará de forma clara. No entanto, diante das persistentes fraquezas estruturais, essa dinâmica não será duradoura", advertiu.
Para reforçar a capacidade de defesa e investir em infraestrutura e proteção climática, o Governo de Friedrich Merz aprovou empréstimos multibilionários isentos da regra da dívida, que impede novos créditos acima de 0,35% do PIB ao ano, exceto em emergências ou crises económicas graves.
O Governo de coligação formado por conservadores e social-democratas e os institutos económicos esperam que isso gere impulsos nos próximos anos, embora com limitações.
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Segundo economistas alemães, isso acontece porque os fundos --- por exemplo, para projetos de construção e armamento --- são desembolsados mais lentamente do que o previsto no orçamento, devido aos longos prazos de planeamento e adjudicação.
E por outro lado, os créditos também servem para evitar uma consolidação orçamental que na verdade seria necessária.
Por sua vez, em 2027, apesar dos fundos adiados provenientes das maiores possibilidades de endividamento, surgirá uma considerável necessidade de consolidação.
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Assim, a economia interna "ganha impulso, embora os problemas estruturais fiquem apenas disfarçados", sentenciam os institutos económicos na projeção de outono, que pedem "reformas fundamentais" para reforçar a competitividade do país.
"O que se prevê aqui é um estímulo à atividade económica. E isso precisamente não significa verdadeiramente um maior crescimento. "O que temos não é algo como uma recuperação autossuficiente, mas sim algo que está a ser impulsionado em grande parte por um financiamento massivo do setor público", advertiu em entrevista coletiva Stefan Kooths, chefe de pesquisa económica do Instituto para a Economia Mundial (IfW).
Nesse sentido, acrescentou, "a política económica não deveria sentir-se reafirmada no rumo atual" pelo facto de que os institutos preverem para o próximo ano e o seguinte taxas de crescimento do desempenho económico que superam claramente a taxa de crescimento real e que se reduzem ao longo do período de projeção a médio prazo até apenas 0,2% no final da década.
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"Os elevados custos de energia e mão-de-obra, a escassez de mão-de-obra qualificada e a contínua perda de competitividade continuam a prejudicar as perspetivas de crescimento a longo prazo", indicam os institutos.
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