Rajoy: "Não descarto nem deixo de descartar" um resgate de Espanha
"Faço o que considero melhor para os interesses dos espanhóis", disse Rajoy, durante a conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros, a primeira em que comparece desde que tomou posse como presidente do governo espanhol.
"O governo do Banco Central Europeu [Mario Draghi] disse que os diferenciais [das taxas de juro implícitas da dívida ] da Europa são inaceitáveis. Isso é muito importante porque, antes, tinha dito exactamente o contrário", afirmou Rajoy, citado pelo "El País".
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Como é que poderá o BCE ajudar Espanha? Rajoy não sabe. Para Mariano Rajoy, não é necessário pedir um resgate integral, depois do resgate à banca, já que estão a ser planeadas medidas para o evitar. "No entanto, não sabemos o que está a ser planeado. Não tomei nenhuma decisão", resumiu.
A afirmação de Rajoy de que "não descarta nem deixa de descartar" o resgate acontece um dia depois de Mario Draghi ter afirmado que vai comprar títulos de dívida de Espanha e Itália - com o intuito de baixar os custos de financiamento de ambos - só depois de estes países pedirem ajuda externa.
Mario Monti, primeiro-ministro italiano, admitiu ontem que não sabia se iria pedir um resgate para ajudar as finanças do país transalpino.
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Medidas não são nem agradáveis mas não se pode discutir objectivo
Numa conferência em que falou dos cinco pilares que norteiam o trabalho do governo, Rajoy indicou que tem duas funções essenciais: corrigir o défice e fazer reformas. Do lado da União Europeia, há três questões a serem seguidas: o impulso às reformas na região, a resolução dos problemas de liquidez e de financiamento da economia para uma redução dos custos de financiamento e a garantia do futuro da Zona Euro.
Sobre a forma como vai corrigir o défice, Rajoy não tem dúvidas de que será complicada. "As medidas não são agradáveis, não são populares, estamos conscientes disso. Podem ser discutidas e pode opinar-se sobre elas, mas não se pode opinar nem discutir sobre a necessidade imperiosa de cortar o défice e aumentar as receitas e mostrar aos nossos parceiros que somos um país sério", afirmou Rajoy na conferência, citado pelo "El País".
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"Nunca é bom gastar mais do que o se tem. E isso tanto se passa com uma família, com uma empresa, com as administrações públicas. Esse dinheiro tem de ser pedido", afirmou Rajoy, admitindo que a dívida externa é o grande calcanhar de Aquiles de Espanha, de acordo com o "El País".
"Estou absolutamente convencido de que Espanha vai superar esta situação. Feliz Verão a quem o poder aproveitar", concluiu Rajoy.
(Notícia actualizada pela primeira vez às 13h45)
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