Secretário de Estado garante que salários e pensões "são intocáveis"
O Governo não vai cortar nos rendimentos dos portugueses se for preciso um "plano B" para cumprir as metas orçamentais, garantiu o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares em entrevista ao programa Terça à Noite da Rádio Renascença (RR).
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Pedro Nuno Santos (na foto à direita) assegurou que "neste momento" Portugal não precisa de medidas adicionais às inscritas no Orçamento, mas o Executivo já definiu as linhas vermelhas se for necessário um "plano B".
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"Nós não adoptaremos nenhuma solução que passe por cortar salários, cortar pensões, aumentar impostos sobre os rendimentos, aumentar o IVA sobre bens essenciais. Há um conjunto de matérias que para nós são intocáveis. Estas que acabei de dizer. As matérias que estão inscritas nos acordos com PCP, Bloco e Verdes são para nós sagradas."
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Na entrevista à RR, Pedro Nuno Santos falou também do episódio, em Dezembro de 2011, quando defendeu que "os alemães que se ponham finos ou não pagamos a dívida".
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O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares garantiu que já não defende essa tese depois do que aconteceu na Grécia.
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"Não apelei exactamente ao não pagamento, mas à utilização da dívida como instrumento negocial. Se há coisa que nós aprendemos nos últimos anos com a experiência europeia é que uma estratégia de confrontação não é uma estratégia correcta e é sinal de inteligência todos nós conseguirmos aprender com a História. A única experiência de estratégia de confronto em matéria de reestruturação da dívida fracassou [na Grécia]. Esse não é, obviamente, o caminho deste Governo nem o caminho que eu partilho."
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O responsável no Parlamento pelas negociações com os partidos de esquerda disse que a entrada do Bloco de Esquerda e do PCP para o Governo "não está em cima da mesa".
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Pedro Nuno Santos acrescentou que a actual solução governativa é "cansativa", porque exige negociação constante, mas congratula-se por, ao fim de 40 anos, a esquerda ter chegado a consensos.
"É cansativo, é desgastante, mas é entusiasmante sentirmos que ao fim de mais de quatro décadas de democracia, finalmente, a esquerda consegue trabalhar em conjunto", frisou.
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O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares assumiu que ainda não conseguiu sentar os quatro partidos à mesma mesa e que isso não acontecerá tão cedo. Tem que ser o PS a fazer de "pivot", conclui.
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