Saída da crise será lenta e prolongada
A crise ainda não acabou e a recuperação da economia mundial será lenta e prolongada, defendeu hoje Vítor Constâncio.
O governador do Bando de Portugal reconhece que há sinais positivos na economia mundial mas salientou que existe “uma grande incerteza quanto à profundidade e sustentabilidade de uma retoma global”. Na sua intervenção, Vítor Constâncio explicou os principais factores que vão condicionar a retoma económica mundial e portuguesa.
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Por um lado face à enorme destruição de riqueza no último ano e meio, os consumidores vão poupar mais, o que juntamente com a incerteza que ainda existe, contribuirá para um crescimento contido do consumo.
A mitigar o consumo estará também “o aumento do desemprego que continuará até final do próximo ano”.
Um segundo factor que condicionará a recuperação é a existência de um nível de capacidade produtiva instalada que não está a ser utilizada, o que mitigará o investimento.
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O terceiro ponto apontado por Constâncio, decorre da fraqueza do balanço dos bancos e da necessidade destes continuarem a aumentar o seu capital para fazer face a perdas não registadas. Neste contexto, “a oferta de crédito poderá continuar contida”.
Finalmente, o governador salientou que os elevados níveis de endividamento público irão pesar sobre a economia. Por um lado, os governos terão pouca margem de manobra a médio prazo e, por outro, há mesmo o risco de que prejudiquem a recuperação no curto prazo se decidirem retirar estímulos orçamentais prematuramente.
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