Salgueiro: Mais tempo para cumprir o programa "será mau" para Portugal

O economista João Salgueiro diz que Portugal não deve ter mais tempo nem mais dinheiro para cumprir os objectivos acordados com a troika. O País deve pôr algumas medidas em prática, e apresentar resultados mais depressa.
Rita Faria 05 de Setembro de 2012 às 12:03

“Ter mais tempo é mau, porque é mais dívida. Vamos gastar o dinheiro que não temos, endividar-nos mais, e vamos convencer os outros países que ainda não se pode investir em Portugal”, disse João salgueiro à margem da apresentação do relatório do World Economic Forum. “Não é preciso mais austeridade, é preciso mais resultados”.

Para isso, o economista considera que “devíamos estar a tomar medidas para sermos mais eficientes. Devíamos ter uma fiscalidade mais amigável, uma Justiça que decidisse depressa e bem, empregos necessários e não fantasias de cursos, e devíamos ter uma burocracia que decidisse logo que os projectos aparecem”. “Temos de tomar as decisões mais depressa. As pessoas ainda querem subsídios do Estado para manter a economia viva, é claro que é impossível”, acrescentou.

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Para cumprir as metas acordadas com a troika, Portugal não deve ter mais tempo nem mais dinheiro, embora mais austeridade seja sempre possível, na opinião do economista. “As pessoas morreram à fome durante a guerra. Mais austeridade é sempre possível, mas não vamos fixar as atenções no desastre”.

No sentido de pôr a economia a crescer “temos de ter a noção que estamos a concorrer com outros países, temos de ver o que eles fizeram e fazer melhor que eles, nada que não sejamos capazes.

João Salgueiro acredita que a descida de Portugal no ranking de competitividade do World Economic Forum se deve “às dificuldades que estamos a atravessar”. “Um clube quando não treina chega ao campeonato e perde os jogos todos, e é o que está a acontecer”, disse João Salgueiro aos jornalistas, à margem da apresentação do relatório.

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Relativamente à posição que Portugal ocupa no que diz respeito às infra-estruturas rodoviárias (4º lugar em 144 países), o economista explica que “era popular inaugurar estradas e foi o que se fez, não era tão popular criar novos empregos, e não se fizeram”. “Agora temos de criar condições para se criarem novos empregos. Vendendo alguma coisa que alguém queira comprar”, acrescentou.

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