Seul promete melhorar política alfandegária após ameaça de Trump
O Governo sul-coreano prometeu esta terça-feira melhorar a política tarifária, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ameaçado na segunda-feira impor uma taxa de 25% sobre as importações da Coreia do Sul.
O Ministério da Indústria da Coreia do Sul garantiu que irá "melhorar os sistemas e regulamentos nacionais, áreas de particular interesse para os Estados Unidos, nos seus esforços para reduzir o défice comercial".
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"Aproveitaremos esta oportunidade para impulsionar indústrias-chave através da parceria para a revitalização da indústria entre os nossos dois países", acrescentou o ministério, num comunicado.
Trump enviou cartas a 14 países, incluindo Coreia do Sul, Japão, África do Sul, Malásia, Camboja, Tailândia e Bangladesh, a avisar que as exportações para os Estados Unidos terão tarifas adicionais entre 25% e 40% a partir de 1 de agosto.
Mais tarde, na Casa Branca, Trump disse que estava satisfeito em simplesmente impor direitos aduaneiros, "na sua maioria" , mas ressalvou prosseguiam as negociações, incluindo conversações com a Índia que poderiam terminar em breve.
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"Fizemos um acordo com o Reino Unido, fizemos um acordo com a China, fizemos um acordo - estamos perto de fazer um acordo com a Índia", disse Trump. "Com outros com quem nos reunimos, achamos que não vamos conseguir fazer um acordo. Por isso, limitamo-nos a enviar-lhes uma carta".
O Ministério da Indústria sul-coreano considerou a carta de Trump "como uma extensão 'de facto' do período de carência para a imposição de tarifas recíprocas até 01 de agosto".
Em abril, o chefe de Estado tinha anunciado a suspensão das chamadas "tarifas recíprocas", que causaram pânico nos mercados financeiros, e a negociação de novos pactos comerciais até 09 de julho.
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Trump assinou esta segunda-feira uma ordem executiva que atrasa aplicação das novas taxas até 01 de agosto a todas as nações que enfrentam as chamadas tarifas "recíprocas", efetivamente oferecendo a cada país afetado mais três semanas para fechar um acordo com a Casa Branca.
"Talvez ajustar um pouco, dependendo", disse Trump, indicando que veria com bons olhos os países que continuassem a oferecer concessões adicionais. "Nós não vamos ser injustos", disse.
O Ministério da Indústria da Coreia do Sul prometeu acelerar as negociações com vista a alcançar um acordo comercial mutuamente benéfico com Washington.
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Na carta, citada pela agência de notícias financeiras Bloomberg, Trump exigiu ainda que Seul não adote tarifas de retaliação, e ameaçou adicionar o valor dessas eventuais taxas aos 25% já anunciados pelos Estados Unidos.
O Presidente norte-americano descreveu os défices comerciais do país com os seus aliados da Ásia como insustentáveis e "graves ameaças" à segurança nacional e à economia norte-americanas.
Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações sul-coreanas, a seguir à China, representando 18,7% das remessas internacionais, no valor de 127,8 mil milhões de dólares (108,85 mil milhões de euros) em 2024, segundo a Bloomberg.
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No domingo, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, considerou que a pressão que vem sendo exercida pela Casa Branca vai ajudar a que "muitos acordos sejam alcançados rapidamente".
A União Europeia (UE) informou na segunda-feira que, na véspera, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tinha tido uma conversa telefónica "positva" com Donald Trump.
A Indonésia, outro dos endereços visados pelas cartas de Trump, anunciou que vai importar, pelo menos, um milhão de toneladas de trigo norte-americano por ano, durante os próximos cinco anos, no valor de 1,25 mil milhões de dólares.
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