Trump lança novas tarifas sobre importações chinesas de 200 mil milhões
Na passada sexta-feira, 6 de Julho, arrancaram as novas tarifas aplicadas a produtos chineses e americanos, no valor de 34 mil milhões de dólares de cada um dos lados. O valor total definido era de 50 mil milhões, mas Washington começou por lançar tarifas apenas sobre parte desse valor, sendo acompanhado na mesma proporção por Pequim.
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O presidente norte-americano tinha advertido que se a China retaliasse, poderia impor tarifas sobre o equivalente a mais 200 mil milhões de dólares em produtos chineses entrados nos EUA. E foi o que aconteceu. Pequim não se deixou ficar e Trump não gostou.
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A Casa Branca está assim a preparar-se para mais uma "ronda de tarifas" sobre produtos chineses e o número dos 200 mil milhões de dólares é mesmo o que está em cima da mesa. A lista provisória de produtos a taxar neste valor já foi lançada por Trump. A acontecer, virá juntar-se aos 50 mil milhões já definidos.
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Mas a guerra está longe de ficar por aqui. A China reagiu à nova lista prometendo nova retaliação, cumprindo a promessa de que irá sempre responder na mesma proporção - o que levou Donald Trump a chegar a referir um patamar de 500 mil milhões de dólares. Tudo para "punir" a China pelo roubo de propriedade intelectual norte-americana, diz.
O representante norte-americano para o Comércio, Robert Lighthizer, divulgou esta terça-feira uma lista de produtos adicionais que poderão ser alvo de tarifas de 10%. Entre eles inclui-se marisco, fruta e vegetais, fio de algodão, lã, casacos impermeáveis e luvas de basebol, refere a CNN.
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Lighthizer declarou, citado pelo Financial Times, que esta nova medida pelo facto de a China estar a retaliar na mesma medida. "Está a fazê-lo sem qualquer justificação ou base legal internacional", acusou.
Nas actas da reunião de 12 e 13 de Junho da Fed, divulgadas na semana passada, a autoridade monetária dos EUA alertava para os "riscos associados à política comercial" da maior economia mundial. É que, neste "dá e leva", muitos bens norte-americanos ficam também numa posição desfavorável, como é o caso da soja - maior produto de exportação dos Estados Unidos para a China -, que foi alvo das tarifas chinesas. O mesmo acontece a muitas empresas norte-americanas cujas receitas dependem grandemente da China, como é o caso das companhias de semicondutores.
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Bolsas e dólar em baixa
Na Ásia, o anúncio desta terça-feira pela Administração Trump está a reflectir-se negativamente na abertura das bolsas. Nos EUA, os principais índices de Wall Street, que encerraram a sessão regular em alta, seguem agora no "after-hours" a negociar no vermelho.
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No mercado das divisas, o dólar já está a ceder terreno face ao iene, depois de ter atingido máximos de sete semanas no câmbio com a moeda japonesa.
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O braço-de-ferro entre os EUA e a China
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Foi a 15 de Junho que a Casa Branca anunciou que iria avançar com as prometidas tarifas aduaneiras sobre a entrada de produtos chineses nos EUA, num valor ascendendo a 50 mil milhões de dólares.
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Nessa altura, a Administração Trump referiu que, depois do "feedback" positivo obtido junto da população no documento que colocou sob escrutínio, avançaria a partir de 6 de Julho com as tarifas sobre o equivalente a 34 mil milhões de dólares (818 produtos chineses).
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As tarifas sobre os 284 produtos que perfazem o restante valor de 16 mil milhões de dólares [para atingir os 50 mil milhões] só entrarariam em vigor quando houvesse mais comentários da opinião pública sobre este tema, esclareceram.
Mas as coisas não se ficaram por aqui. Pequim reagiu no próprio dia e disse que também iria impor tarifas adicionais de 25% sobre 659 produtos norte-americanos avaliados em 50 mil milhões de dólares.
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A China explicou que as tarifas sobre o equivalente a 34 mil milhões de dólares de produtos americanos (545 itens] entrariam em vigor também a 6 de Julho, adiantando que as tarifas sobre os restantes produtos, até que o valor atingisse os 50 mil milhões de dólares, seriam anunciadas mais tarde.
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O presidente norte-americano declarou no próprio dia que decretaria medidas adicionais se Pequim retaliasse. E assim foi. A 19 de Junho, Donald Trump ameaçou impor uma tarifa de 10% sobre o equivalente a mais 200 mil milhões de dólares em importações de produtos chineses. A China advertiu que iria reagir em conformidade (qualitativa e quantitativamente).
Agora, com a retaliação de Pequim na sexta-feira passada, Trump avançou para concretizar a sua ameaça.
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O aço e o alumínio
Recorde-se que as tensões comerciais Washington-Pequim começaram a subir de tom quando Trump anunciou tarifas aduaneiras da Casa Branca sobre o aço e alumínio chinês – além de impor também essas medidas proteccionistas a outros grandes parceiros comerciais, como a União Europeia e os seus parceiros do NAFTA (México e Canadá).
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No que toca ao México e Canadá, bem como à UE, muita água tem corrido, com Trump a disparar para todos os lados.
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Ainda no terreno do jogo EUA-China, Washington tem dito ainda que quer travar a compra de empresas norte-americanas por parte de empresas com pelo menos 25% de capital chinês, o que veio aumentar a crispação entre os dois países.
(notícia actualizada às 07:31 com nova informação sobre o lançamento da lista de tarifas)
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