Varoufakis: "Não queremos os sete mil milhões de euros" da troika
Os credores europeus têm sete mil milhões de euros à espera da Grécia, na última tranche do programa de ajustamento. Mas o novo ministro das Finanças grego diz que Atenas quer abdicar deste dinheiro.
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"Não queremos os sete mil milhões de euros", disse Yannis Varoufakis em entrevista ao New York Times publicada esta sexta-feira, 30 de Janeiro.
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"Queremos sentar-nos e repensar todo o programa. A nossa tarefa não é conseguir a próxima tranche", mas sim "reestruturar a dívida e que a economia tenha o dinheiro necessário", afirmou.
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Uma das sugestões de Varoufakis para Atenas conseguir o dinheiro necessário será através da redução da meta para o saldo primário positivo. Actualmente, os credores impõem à Grécia um saldo primário positivo correspondente a 4,5% do produto interno bruto (PIB).
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Contudo, Atenas quer reduzir esta meta para um valor entre 1% a 1,5% do PIB. Nas contas de Varoufakis, com a redução desta meta a Grécia vai ficar com dinheiro suficiente para se financiar.
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Ao mesmo tempo, a Grécia também pretende aliviar o peso do fardo da dívida, estimada em 320 mil milhões de euros. É por isso que a Grécia pretende agora sentar-se à mesa com os credores para começar a negociar.
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O tiro de partida vai ser dado hoje na visita do presidente do Eurogrupo a Atenas. Jeroen Dijsselbloem vai se reunir com o primeiro-ministro Alexis Tsipras e com Yannis Varoufakis onde também vão debater medidas orçamentais no valor de 1,7 mil milhões de euros para este ano.
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Os parceiros europeus já avisaram que os sete mil milhões de euros só vão ser desembolsados quando Atenas apresentar medidas para tapar este buraco nas contas públicas gregas. É que a Grécia precisa deste dinheiro para pagar reembolsos de dívida no valor de quase sete mil milhões de euros que expiram até Agosto.
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Antes de se voar para a Grécia, o líder dos ministros das Finanças do euro revelou as suas reticências em relação aos planos gregos de reestruturação de dívida.
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"Com toda a honestidade, se somarmos todas as suas promessas então o orçamento grego vai ficar muito rapidamente desequilibrado e reduzir mais a dívida não vai ajudar neste caso", disse Jeroen Dijsselbloem ontem em Amesterdão, Holanda.
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Sobre o encontro de hoje com Tsipras e com Varoufakis, o responsável disse que "vamos iniciar a discussão sobre o programa actual e o que vem depois disso".
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"Eu quero ouvir primeiro os planos deles. Não vamos obrigá-los a nada. Mas se eles quiserem mais apoio, vão ser impostas condições. Não condições para puni-los. mas condições para alcançarem uma maior recuperação económica".
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