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Bloco e CDS-PP pedem fim da taxa de protecção civil em Lisboa

A proposta vai a votação na reunião da Assembleia Municipal desta terça-feira, 14 de Novembro. A ideia é que a taxa deixe de ser cobrada até que o Tribunal Constitucional decida se é ou não constitucional, tal como pediu o Provedor de Justiça. CDS apresentou também uma iniciativa no sentido da revogação da taxa.

Ricardo Robles, Bloco Esquerda
Ricardo Robles, Bloco Esquerda João Miguel Rodrigues
14 de Novembro de 2017 às 13:30

O Bloco de Esquerda volta esta terça-feira, 14 de Novembro, à carga com o tema da taxa da protecção civil em Lisboa, pedindo a suspensão imediata da sua cobrança. A questão será votada na reunião da Assembleia Municipal, sob a forma de uma recomendação à câmara para que avance com a "suspensão de eficácia" das normas do Regulamento Geral de Taxas que regulam esta matéria.

Entretanto, também o CDS-PP avança com uma iniciativa no sentido de propor, não apenas a suspensão, mas a completa revogação da taxa, iniciativa que será igualmente discutida na reunião de hoje.

A taxa de protecção civil, recorde-se, está a ser apreciada pelo Tribunal Constitucional, na sequência de um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade apresentado pelo Provedor de Justiça. O pedido foi apresentado em Maio deste ano, mas não há ainda uma decisão. Entretanto, o TC pronunciou-se já pela inconstitucionalidade de uma taxa semelhante cobrada até agora pela câmara de Gaia, o que abriu a porta a uma decisão semelhante no caso de Lisboa.

O Bloco admite isso mesmo e defende que, com uma suspensão na cobrança da taxa em Lisboa, a autarquia estaria "a acautelar a saúde financeira do Município, face às consequências de eventuais devoluções de valores indevidamente recebidos e ainda, sobretudo, a evitar que os contribuintes menos informados e com menos recursos para a impugnação judicial da liquidação da taxa sejam prejudicados face aos grandes contribuintes que contestam judicialmente tal taxa", lê-se no texto que vai a votos.

Para os bloquistas, a taxa "constitui materialmente um imposto, matéria de reserva de lei e da competência legislativa reservada da Assembleia da República" e por isso não poderia ter sido criada pelos órgãos autárquicos. "A legitimação de uma taxa desta natureza, sem carácter sinalagmático e fundada na prestação de serviços gerais abre uma ‘caixa de Pandora’, legitimando-se taxas desta natureza por serviços gerais como a varredura das ruas ou a iluminação público, que pela sua natureza indivisível não podem à luz da Constituição, nem devem à luz de uma prática política sã, ser suportadas por taxas, mas sim por impostos", entendem.

Também para o CDS-PP, a Taxa Municipal de Protecção Civil, "configura uma remuneração de serviços meramente potenciais, serviços que os sujeitos passivos poderão nunca beneficiar, não constituindo assim, a contrapartida da prestação concreta de um serviço público providenciado pelo município, pelo que, não pode ser classificada como taxa."

A suspensão da taxa de protecção civil tem sido defendida pela direita, PSD e CDS-PP. A Câmara de Lisboa, no entanto, mantem-se firme na sua aplicação, que rendeu 21,6 milhões de euros em 2016. Esta taxa, recorde-se, começou a ser cobrada aos proprietários em 2015 e veio substituir a Taxa de Conservação e Manutenção dos Esgotos, que se juntou à do saneamento. É calculada em função do valor patrimonial tributário dos imóveis e, em média, os proprietários pagam perto de 90 euros ano. Com ela a Câmara pretendeu remunerar os serviços assegurados pelo Serviço Municipal de Protecção Civil, nas áreas da protecção civil, do combate aos incêndios e da garantia da segurança de pessoas e bens.

O PS, juntamente com os deputados independentes (indicados pelo movimento Cidadãos por Lisboa e pelo Livre, e 1 Presidente de Junta de Freguesia, membro por inerência) tem a maioria dos votos na Assembleia Municipal, o que indicia que dificilmente a pretensão do Bloco irá para a frente.  

(notícia actualizada às 15:15 com informação sobre iniciativa do CDS-PP)

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