Centeno vê economia a desacelerar e não afasta nova revisão das previsões económicas

O governador do Banco de Portugal afirma na Conversa Capital que as contas públicas estão num ciclo favorável, mas em desaceleração. Abrandamento já é visível e será refletido nas projeções que o supervisor publicará em junho.
Centeno vê economia a desacelerar e não afasta nova revisão das previsões económicas
Diana Ramos e Mário Rui Cardoso e Miguel Baltazar - Fotografia 26 de Abril de 2025 às 21:00

O governador do Banco de Portugal (BdP) afirma que "a palavra que domina a análise económica" é "a incerteza", muito graças às medidas de política comercial introduzidas pelos Estados Unidos.

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No programa Conversa Capital, do Negócios e Antena 1, Mário Centeno adianta que as novas previsões económicas que o Banco de Portugal irá publicar no início de junho deverão já refletir esse sentimento. "Estamos quase a divulgar novas previsões que vão ser eventualmente diferentes das de março e, para proteger o próprio exercício de previsões, a cautela tem levado a que as previsões sejam cada vez mais reduzidas na dinâmica do crescimento", antecipou.

Sem dar por fechada uma revisão da projeção de crescimento do PIB de 2,3% em 2025, último número estimado pela autoridade monetária, Centeno reconhece que o Banco de Portugal já tinha sinalizado, "na previsão de março, uma desaceleração forte da economia no primeiro trimestre, em comparação com a dinâmica muito significativa do último trimestre de 2024 muito centrada no consumo". "E a desaceleração tem sido confirmada pelos indicadores diários da atividade económica", frisa nesta entrevista.

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Sobre as decisões recentes da administração Trump e a implementação de tarifas, o governador frisa que "este tipo de medidas de política económica que temos observado ao longo das últimas semanas não pode trazer nada de bom", tendo-se tranformado numa "política de embargo comercial".

No boletim económico de março, o Banco de Portugal reviu em alta a projeção para o crescimento económico em 2025, em comparação com o que tinha previsto em dezembro. Nas estimativas do BdP, o PIB deveria subir 2,3% este ano, menos do que os 2,5% já admitidos pelo ainda ministro das Finanças (a projeção oficial no OE 2025 é de 2,1%).

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