Economia alemã mais perto da estagnação
A economia alemã deverá este ano crescer apenas 0,2%, de acordo com as novas projeções do instituto ifo, que cortou 0,2 pontos percentuais às anteriores projeções de inverno. Já para o próximo ano, a previsão aponta para uma expansão do produto de 0,8%.
A explicar este crescimento anémico da maior economia europeia e segundo destino das exportações de bens de Portugal, o ifo aponta a falta de confiança dos consumidores e os receios das empresas que estão a travar o investimento.
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Além da incerteza criada com a política "errática" da nova Administração dos EUA, o instituto alemão aponta a falta de clareza sobre "o rumo específico da política económica do novo governo federal para os próximos anos". Apesar de haver "indícios" de um aumento "considerável da despesa pública, especialmente nas áreas de infraestrutura e defesa, o que poderá estimular a economia alemã a curto prazo e potenciar a capacidade produtiva a longo prazo", ainda "resta saber quais os projetos que serão efetivamente implementados."
O ifo assume nestas previsões um cenário em que "as medidas de política económica e financeira adotadas pelo governo cessante são mantidas".
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Os indicadores económicos avançados apresentam uma situação mista. Na construção e indústria, o Índice de Clima Empresarial do ifo travou a "trajetória descendente nos meses de inverno e parece ter atingido o ponto mais baixo", refere o instituto. "Em contrapartida, o clima de consumo deteriorou-se novamente nos últimos meses."
Quanto ao investimento empresarial e exportações, o ifo aponta para uma nova queda este ano, aumentando ligeiramente no próximo. Já o setor da construção, no seu conjunto, "parece ter atingido o seu ponto mais baixo e deverá começar a expandir gradualmente."
O consumo privado deverá crescer apenas ligeiramente este ano face a 2024 (0,4%), após ajustamento para efeitos de preços, com a taxa de poupança a sofrer uma nova redução. O poder de compra das famílias deverá "sofrer uma ligeira redução", uma vez que se espera que o rendimento disponível aumente 2% este ano, um crescimento inferior ao aumento de 2,3% da inflação.
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Já o emprego deverá manter-se estável e espera-se que a taxa de desemprego volte a diminuir a partir do segundo semestre de 2025.
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