FMI: Portugal de hoje é muito diferente de 2011 mas tem de continuar focado
O chefe da missão do FMI em Portugal considera que o Portugal de hoje "está muito diferente" em relação ao país de 2011, mas tem de continuar focado na continuação do trabalho que tem pela frente.
PUB
"O país está muito diferente e está a ir na direção certa. Mas não pode sentir-se completamente complacente. Deve sentir satisfação no progresso que fez, mas tem de continuar focado na continuação do trabalho que existe pela frente", afirmou Alfredo Cuevas em entrevista à Lusa, à margem da conferência 'Portugal: reforma e crescimento dentro da Zona Euro', que decorreu na segunda-feira no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
O responsável respondia quando questionado sobre se Portugal está muito diferente do Portugal de 2011, quando pediu a assistência internacional.
PUB
"Sim, existem muitas diferenças. Quando se pensa nesse país, era um país com uma dívida pública e privada que estavam ambas a subir naquela altura. Agora, têm estado a descer e a dívida pública recuou de 130% há dois anos para 120% do PIB" (produto interno bruto), frisou.
E acrescentou que em 2011 Portugal também registava défices na ordem de 10% do PIB, "o que significa que o país estava a acumular dívida externa a um ritmo muito acelerado", ao contrário do que se regista agora, com um défice orçamental quase nulo.
PUB
Alfredo Cuevas comentou também a evolução das taxas de juro da dívida pública, que negociavam acima dos 10% em 2011, estando agora a negociar há mais de um ano nos 2% e tendo atingido este mês os 1,3% nas obrigações do tesouro a 10 anos.
"Vemos muitas melhorias, mas também enfatizamos que ainda há muito trabalho a fazer. Ainda temos um elevado rácio da dívida em relação ao PIB, cerca de 120% no caso da dívida pública, a terceira mais elevada da zona euro", alertou, acrescentando que também "houve muitos progressos na redução do crédito malparado, mas ainda está elevado de acordo com o 'standard' europeu e é preciso trabalhar nisso".
PUB
Questionado sobre a evolução do mercado laboral e sobre a competitividade da economia portuguesa, Alfredo Cuevas referiu que "também houve progressos a esse nível".
"As reformas durante o programa lançaram as bases para a recuperação do mercado de trabalho nos últimos anos, ao tornar mais fácil a contratação por parte das empresas. Creio que é um elemento do programa que fez a diferença no dia a dia da vida dos portugueses", frisou.
Foi a 6 de abril de 2011 que Portugal pediu assistência internacional, sendo a terceira vez que o país foi alvo da intervenção do FMI. A primeira vez foi em 1977 e a segunda em 1983.
PUB
Alfredo Cuevas assumiu a função de chefe da missão do FMI para Portugal em setembro de 2017, depois de Paul Thomsen, Abebe Selassie e Subir Lall.
Quem pediu o euro digital?
Mais lidas
O Negócios recomenda