Offshores com quase um terço do investimento estrangeiro na União Europeia
Quase um terço do total de investimento estrangeiro detido por estrangeiros na União Europeia no ano passado proveio de centros financeiros offshore, tendo este valor aumentado quase 7% em relação a 2015.
De acordo com as estatísticas divulgadas esta quinta-feira, 21 de Dezembro, pelo Eurostat, o investimento feito a partir daquelas localizações nos 28 países da União Europeia ascendeu a 1.838 milhões de euros, um aumento de 6,65% em relação a 2015 e representando 29,3% do total de 6.268 milhões de euros de investimento estrangeiro aplicado no bloco europeu. Esta é uma subida ligeira em relação aos 28,73% que representava em 2015.
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Já a posição de investimento detida no resto do mundo através dos offshores localizados na União Europeia (como Liechtenstein, Guernsey, Jersey, Ilha de Man, Andorra e Gibraltar) totalizou 1.276 milhões de euros (16,8% do total de 7.599 milhões de euros investidos pela UE em países estrangeiros, contra 16,3% em 2015), número que representa uma subida em relação aos 1.187,9 milhões de euros de 2015.
A posição líquida de investimento internacional da União Europeia no final de 2016 totalizou 1.330 milhões de euros, dando à UE uma posição líquida positiva nesta matéria. Na base deste número estão crescimentos de 4,6% nos investimentos feitos por agentes da União Europeia no estrangeiro (para 7.599 milhões de euros) e subidas de 4,5% nas posições de investimento de estrangeiros na União Europeia (para 6.268 milhões de euros).
A maioria dos investimentos detidos fora de portas está concentrada nos EUA (58,6% do total), seguida de 20,8% dos países europeus exteriores ao bloco dos 28. São também os norte-americanos os que mais investimentos têm na União Europeia (quota de 62,1%), seguidos dos restantes países europeus (23,8%).
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Também esta quinta-feira o gabinete estatístico europeu divulgou dados sobre a correlação de forças da União Europeia para os seus parceiros comerciais no sector dos serviços, que continuou a degradar-se em 2016 pelo terceiro ano consecutivo, levando a balança desta actividade ao excedente mais baixo desde 2011.
Segundo aqueles dados, no ano passado a balança de serviços do conjunto dos 28 países do bloco europeu apresentou um excedente de 133,1mil milhões de euros em relação ao resto do mundo, o valor mais baixo desde os 135,6 mil milhões registados em 2011.
As exportações totalizaram 844,9 mil milhões de euros, ao passo que as compras a países terceiros ficaram em 711,8 mil milhões de euros. Na relação comercial com o principal parceiro, os Estados Unidos, o ano foi de inversão, passando de um excedente de 17,9 mil milhões de euros em 2015 para um défice de 1,3 mil milhões de euros.
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Além dos EUA, só com a Índia e Hong Kong a UE registou um défice de transacções, tal como tinha acontecido em 2015. Já com a Rússia, país ao qual a União Europeia mantém sanções devido à questão da Ucrânia, o excedente manteve-se praticamente inalterado: 13,5 mil milhões de euros.
Entre as componentes da área de serviços, aquelas onde a União Europeia registou maiores excedentes foi nas de serviços financeiros (45,6 mil milhões de euros) e transportes (27,5 mil milhões de euros), ao passo que nos encargos com o uso de propriedade intelectual a balança se manteve deficitária em 49,4 mil milhões de euros.
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