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As famílias portuguesas estão mais pequenas. Só 2% têm mais de cinco elementos

Em 50 anos, cresceu o número de casais sem filhos e diminuiu o número de casais com filhos. Há mais famílias monoparentais e indivíduos a viver sozinhos. São conclusões da análise à organização familiar feita pelo INE, com base nos Censos 2011.

Paulo Duarte/Negócios
20 de Novembro de 2013 às 14:03

Os últimos 50 anos foram de mudança para Portugal. E para as famílias portuguesas. Há agregados familiares mais pequenos. Em 1960, cada família tinha uma dimensão média de 3,8 indivíduos. Em 2011, o número caiu: cada família tinha 2,6 indivíduos.

O novo padrão de vida doméstica nacional assenta em famílias de menor dimensão, “devido ao menor número de filhos, que raramente ultrapassa os dois”. Esta diminuição da dimensão familiar também se observa através da queda da percentagem de famílias com mais de cinco pessoas. Em 1960, 17,1% das famílias tinham mais de cinco elementos. Nos últimos Censos, em 2011, esta proporção desceu para 2%.

A queda da dimensão familiar é uma das cinco grandes tendências que a população portuguesa verificou nas últimas quatro décadas, conforme aponta o destaque do Instituto Nacional de Estatística (INE) “Família nos Censos 2011: Diversidade e Mudança”, publicado esta quarta-feira, 20 de Novembro.

O casal, com ou sem filhos, “continua a ser a forma predominante de organização da família”, representando 59% das famílias. Continuam a ser mais os casais que têm filhos os mais importantes, apesar de terem perdido peso (de 47,5% para 35,2% nos últimos 50 anos). Mas o número de casais sem filhos “tem vindo a aumentar, em resultado do adiamento da parentalidade e do envelhecimento populacional”. Neste caso, a percentagem avançou de 14,8%, em 1960, para 23,8%, em 2011.

Nas últimas décadas, verificou-se igualmente um reforço da privacidade da vida conjugal, “vivendo os casais cada vez menos em co-residência com outros familiares”. As famílias complexas passaram de 15,4%, em 1960, para 8,7%, há dois anos. A procura por maiores condições de independência económica e residencial reflecte-se na queda das famílias complexas, em que um casal se junta a outros parentes dentro da mesma casa.

O que tem crescido, em contrapartida, é o peso das famílias monoparentais (pai ou mãe que vive só com filhos), “em resultado sobretudo do aumento das rupturas conjugais (divórcios e separações)”. A proporção deste tipo de organização familiar encontra-se em 9%, comparativamente aos 5,6% em 1960.

A última grande tendência verificada pela INE ao longo das últimas décadas é que há mais indivíduos a viver sozinhos (11,5% em 1960 para 20,4% em 2011). "Esta evolução pode atribuir-se não só ao envelhecimento da população mas também a mudanças na vida privada de indivíduos em idades mais jovens, sobretudo solteiros e divorciados".

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