O boxe e o MMA estão na moda e as casas de apostas, especialmente as internacionais, têm lucrado com o interesse neste desporto. Mas há uma empresa chinesa que não quer sujeitar os humanos ao embate e às nódoas negras, pelo que desenvolveu robôs humanoides que até conseguem lutar entre si – e agora quer entrar em bolsa.

A Unitree Robotics está à procura de uma avaliação de até 50 mil milhões de yuans (5,9 mil milhões de euros) para a sua Oferta Pública Inicial (IPO), de acordo com fontes citadas pela Reuters. A empresa atingiu o estatuto de unicórnio este verão.

Os robôs desta empresa chinesa têm conquistado visualizações a nível global. A empresa tem vindo a partilhar vídeos nas redes sociais a mostrar as capacidades das suas criações e de como estas se assemelham à dos humanos, especialmente na forma de andar, escalar e carregar objetos pesados.

A Unitree Robotics quer enviar a documentação para avançar com o pedido de listagem durante o último trimestre deste ano, ainda que não existam grandes detalhes. Para já, a empresa apenas revelou que está "ativamente  a trabalhar nos preparativos" para o IPO.

Caso se concretize, o IPO da Unitree Robotics será um dos maiores dos últimos anos, quando o assunto é tecnologia doméstica. Pequim está a tentar intensificar os esforços para apoiar o desenvolvimento tecnológico das suas empresas, nomeadamente em inteligência artificial, tanto que o CEO da Unitree reuniu com o presidente chinês no passado mês de fevereiro, juntamente com o responsável do DeepSeek.

A Unitree Robotics tem atualmente mais de 30 investidores, incluindo os gigantes Alibaba, Tencent e Geely Holding Group. Na última ronda de financiamento, que aconteceu em julho, a empresa de robótica atingiu uma avaliação de 1,4 mil milhões de euros, pelo que o montante em cima da mesa para o IPO significaria um salto considerável.

A indústria da robôtica tem sido apoiada pelo governo chinês através de subsídios locais e de políticas de desenvolvimento favoráveis, sendo que a Unitree Robotics se tem posicionado na linha da frente do desenvolvimento da indústria.

Num comunicado datado de 27 de agosto, a empresa adianta que as "vendas de robôs quadrúpedes [que se assemelham a animais], robôs humanoides e componentes representaram 65%, 30% e 5%, respetivamente". A empresa acrescenta que 80% dos quadrúpedes foram utilizados em investigação, educação e consumo, com os restantes a serem utilizados em campos industriais, nomeadamente inspeções e combate a incêndios, enquanto os humanoides se destinaram à investigação, educação e consumo.