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Portugal perdeu 1,1 mil milhões em investimento direto estrangeiro no primeiro trimestre

Nos primeiros três meses deste ano, foram retirados 1,1 mil milhões de euros em investimento direto estrangeiro do país, segundo dados do Banco de Portugal. É a primeira vez que há uma queda no IDE desde a pandemia de covid-19.

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27 de Maio de 2025 às 11:22

O investimento direito estrangeiro em Portugal (IDE) contraiu no primeiro trimestre deste ano. Os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta terça-feira revelam que foram retirados 1,1 mil milhões de euros em IDE do país. O BdP diz que esta queda se deveu sobretudo à "redução da dívida de entidades residentes perante empresas não residentes do mesmo grupo económico".

Esta é a primeira vez desde a pandemia de covid-19 que as transações de IDE atingem valores negativos. É preciso recuar até ao segundo trimestre de 2020 para encontrar um valor negativo nas transações de IDE (também de -1,1 mil milhões) Há um ano, os investidores estrangeiros transferiram para Portugal um valor líquido (ativos menos passivos) de 0,7 mil milhões de euros.

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As transações de investimento direto estrangeiro foram negativas em 1,1 mil milhões de euros no primeiro trimestre, o que significa que Portugal perdeu investimento.

A queda nas transferências de IDE deveu-se principalmente ao continente europeu, destacando-se a redução de investimento proveniente de Espanha (-3,1 mil milhões de euros). Essa contração foi, no entanto, "parcialmente compensada" por aumentos do investimento do Luxemburgo (0,4 mil milhões de euros), da Bélgica (0,3 mil milhões de euros) e de França (0,3 mil milhões de euros).

Convém notar, no entanto, estes dados são numa lógica de contraparte imediata, ou seja, investimento realizado diretamente por entidades sediadas nesses países. O Luxemburgo e até mesmo Espanha são países que servem muitas vezes de intermediários no IDE. Ou seja, para esses países, "o valor do investimento direto em Portugal, na perspetiva do investidor final, é inferior ao do investimento direto na ótica da contraparte imediata".

Países, como a China, os Estados Unidos e França, usam esses e outros mercados como veículos para investir em Portugal, o que explica que, quando considerados dados numa lógica de investidor final, esses países apareçam em destaque com maior IDE em Portugal. Esses são os países que, em última análise, detêm ou controlam o investimento, usufruem do rendimento desse mesmo investimento e assumem o risco.

A impedir uma queda mais expressiva nas transações de IDE esteve o investimento imobiliário, que se manteve como uma das principais portas de entrada ao investimento do país. No primeiro trimestre, o investimento direto realizado por investidores estrangeiros em imobiliário em Portugal foi de 964,7 milhões de euros, um valor que compara com 664,3 milhões registados em igual período do ano passado.

Já as transações de investimento direto de Portugal no exterior (IPE) totalizaram 1,3 mil milhões de euros nos primeiros três meses do ano, um valor superior ao registado no ano anterior (1,9 mil milhões). Destacou-se o investimento realizado em entidades residentes em países europeus, em particular, nos Países Baixos (0,8 mil milhões), Espanha (0,2 mil milhões) e Alemanha (0,1 mil milhões), numa lógica de contraparte imediata.

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