Confinamento atual menos cumprido do que o da primavera de 2020
As medidas de confinamento decretadas a 15 de janeiro e posteriormente reforçadas apenas levaram um terço dos portugueses que circulavam habitualmente a ficar em casa. No primeiro confinamento mais de metade passou a ficar em casa.
O segundo confinamento, decretado pelo Governo a 15 de janeiro e posteriormente reforçado, está a ter menos adesão do que a registada no da primavera do ano passado, revelam os dados do relatório de mobilidade da PSE.
Segundo o estudo, antes do dia 15 o confinamento médio estava em 31,4%, o que inclui 28% da população que habitualmente ficava em casa mesmo antes da pandemia. Esse valor subiu para um valor médio de 41,9% após 15 de janeiro e até ao encerramento das escolas, a 22 de janeiro. Após o fecho das escolas registou-se um aumento do confinamento nos dias úteis para 50,6% até à passada sexta-feira, 5 de fevereiro.
O relatório sublinha que estes valores são muito inferiores aos observados no primeiro confinamento, na primavera do ano passado, quando o chamado confinamento adicional - a percentagem da população que saía de casa e deixou de o fazer - atingiu os 37%, pelo que, na altura, apenas 35% dos portugueses não se recolheram em casa.
Agora, contudo, o confinamento adicional cifra-se em 24%, o que significa que 48% da população continua a sair de casa.
O estudo nota ainda que às quintas e sextas-feira o confinamento é menor, o que, avança, estará relacionado com a necessidade de deslocações para abastecimento, nomeadamente compras de alimentos e outros produtos, em antecipação ao fim de semana, em que os estabelecimentos funcionam com horários reduzidos.
Note-se que o estudo da PSE centra-se apenas no litoral e grandes centros urbanos, num universo populacional de perto de sete milhões de pessoas com mais de 15 anos.
De acordo com o comunicado, o relatório da mobilidade é elaborado com "recolha de dados contínua através de monitorização de localização e meios de deslocação via aplicação móvel de um painel de 3.670 indivíduos representativos do Universo com mais de 15 anos, residente nas regiões do Grande Porto, Grande Lisboa, Litoral Norte, Litoral Centro e Distrito de Faro. Este estudo implica uma APP instalada nos telemóveis da amostra participante. Assim monitorizamos a deslocação real da população, em cada hora do dia. Este estudo é realizado 24 horas por dia. Os dados são obtidos de forma rigorosa, via GPS e com o consentimento da amostra monitorizada. Para um universo de 6.996.113 indivíduos residentes nas regiões estudadas a margem de erro imputável ao estudo é de 1.62% para um intervalo de confiança de 95%".
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