Um quarto do crédito à habitação no Santander já aderiu à moratória
Cerca de 25% do total do crédito à habitação já aderiu à moratória, segundo o líder do Santander. Pedro Castro e Almeida pede que se deixe de “encontrar bodes expiatórios na banca para alimentar uma agenda populista”.
Cerca de 25% do total do crédito à habitação concedido pelo Santander Portugal já aderiu à moratória, revelou o presidente executivo da instituição financeira, Pedro Castro e Almeida, durante a webconference "Liderança à Prova", organizada pelo Negócios.
O gestor referia-se à moratória que permite às famílias afetadas pela crise da covid-19 suspenderem o pagamento da prestação da casa durante seis meses. Uma medida que foi aprovada a 26 de março, mas que já tinha sido tomada por livre iniciativa pelo banco uma semana antes, sublinhou o gestor.
Pedro Castro e Almeida acredita que nos próximos tempos o número de clientes a aderir à moratória vai aumentar. "Com uma redução também dos salários no mês de abril, vamos ter mais clientes a aderir à moratória", comentou.
Quanto à moratória privada que está a ser trabalhada pelos bancos, através da Associação Portuguesa de Bancos (APB), e que vai ser apresentada no final da semana, o líder do Santander comentou que "vai bastante mais longe" face às medidas atuais, passando a ser incluído, por exemplo, segundas habitações e o crédito pessoal.
O CEO do Santander Portugal pediu ainda a palavra para esclarecer algumas informações que andam a circular sobre a banca, nomeadamente sobre o setor vir a apresentar lucros numa altura em que a crise pandémica está a afetar praticamente todas as empresas e famílias. E deixou um recado para aqueles que se "sentem intimidados por uma banca forte": "não precisamos de encontrar bodes expiatórios na banca para alimentar uma agenda populista".
"Tempos de nos deixar de populismos e trabalhar em conjunto ", reforçou.
Quanto ao impacto que esta crise terá nos bancos, o gestor destacou que a "correlação do que se passa na economia e na banca é muito grande". Por isso, "o impacto no setor financeiro vai depender da profundidade desta crise", acrescentou.
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