Bruxelas quer compras conjuntas de matérias-primas para reduzir dependência da China
O objetivo é reduzir a dependência europeia face à China no fornecimento de matérias-primas críticas, e que, salientou a Comissão Europeia, deverá passar, no lítio, de 89% para 64%, até 2030.
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A Comissão Europeia quer organizar compras conjuntas e coordenação de reservas de matérias-primas críticas na União Europeia (UE), com o objetivo de reduzir a dependência da China, nomeadamente no lítio.
O plano REsourcEU, hoje apresentado pelo executivo comunitário, prevê ainda que fundos europeus no valor de três mil milhões de euros sejam redirecionados para projetos estratégicos de matérias-primas, bem como a limitação da exportação dos resíduos de ímanes permanentes e alumínio para que sejam reciclados no bloco.
O objetivo é reduzir a dependência europeia face à China no fornecimento de matérias-primas críticas, e que, salientou a Comissão Europeia, deverá passar, no lítio, de 89% para 64%, até 2030.
O plano baseia-se na Lei Europeia das Matérias-Primas Críticas, que estabelece as referências para 2030 em matéria de segurança do aprovisionamento da UE: pelo menos 10% do consumo anual de matérias-primas estratégicas extraído na UE, 40% processado, 25% reciclado, e não mais de 65% de qualquer uma dessas matérias a provir de um único país.
A União Europeia também importa mais de 70% de certas matérias-primas de países como o Chile, a África do Sul, o Brasil ou a Turquia.
O comissário europeu para a Estratégia Industrial, Stéphane Séjourné, indicou, em conferência de imprensa, dois exemplos de aplicação do RESourceEU: um projeto na Gronelândia para o molibdénio (usado na indústria de defesa) e outro de extração de lítio da Vulcan na Alemanha.
Portugal tem reservas de lítio com potencial para ser um fornecedor estratégico da Europa, mas os projetos para exploração do minério têm gerado manifestações e sido contestados.
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