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China restringe acumulação de terras raras por empresas estrangeiras

Os esforços para impedir que as empresas acumulem grandes inventários, o que lhes daria mais flexibilidade para responder a escassez e flutuações de preços, mostram a determinação de Pequim em manter a máxima influência no setor.

terras raras
terras raras Bloomberg
15 de Agosto de 2025 às 09:28

Pequim pediu a empresas estrangeiras que evitem acumular reservas de terras raras, numa altura em que o receio de restrições às exportações está a aumentar a procura destes metais, cruciais para várias tecnologias estratégicas, noticia esta sexta-feira o Financial Times.

Segundo fontes citadas pelo jornal, Pequim avisou que o armazenamento excessivo de terras raras e de produtos derivados, como ímanes usados em motores elétricos, poderá expor as empresas a maiores riscos de escassez. As autoridades estariam também a limitar deliberadamente os volumes de exportação aprovados para travar a criação de grandes inventários no estrangeiro.

A China processa cerca de 90% do fornecimento mundial de terras raras e fabrica 94% dos ímanes permanentes, tendo usado este controlo como instrumento de pressão durante a guerra comercial com os Estados Unidos. Em abril, colocou sete categorias de terras raras médias e pesadas na lista de controlo de exportações, medida que abrangeu também ímanes permanentes e outros produtos acabados, provocando escassez em setores como o automóvel.

Os esforços para impedir que as empresas acumulem grandes inventários, o que lhes daria mais flexibilidade para responder a escassez e flutuações de preços, mostram a determinação de Pequim em manter a máxima influência no setor, disseram as fontes.

A China colocou, em abril, sete categorias de terras raras médias e pesadas numa lista de controlo de exportações, em resposta às tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. A medida, que também abrangeu ímanes permanentes e outros produtos acabados, provocou escassez em vários setores, particularmente na indústria automóvel.

Embora Washington e Pequim tenham acordado esta semana uma nova extensão de 90 dias na guerra comercial, o controlo chinês sobre o fornecimento de terras raras continua a ser uma parte importante das negociações.

Pequim controla a produção de terras raras através de quotas de extração e processamento. No ano passado, apenas duas empresas estatais receberam quotas.

A China exportou 3.188 toneladas de ímanes permanentes de terras raras em junho, mais do dobro do volume de maio, mas menos 38% do que no mesmo mês do ano passado. Nos três meses até junho - desde que Pequim impôs as restrições comerciais - as exportações de ímanes ficaram cerca de metade do volume registado no mesmo período do ano anterior.

Um estudo do Conselho Empresarial EUA -China, realizado em julho, indicou que metade das empresas inquiridas viu os seus pedidos de exportação pendentes ou rejeitados, sobretudo quando o volume excedia a média histórica.

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