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Cotrim Figueiredo diz ter dificuldade em qualificar greve geral como tendo motivações políticas

O candidato presidencial considerou que da parte da CGTP a greve tem motivações políticas, mas da UGT não.

João Cotrim de Figueiredo diz das mais de 100 medidas 'há pelo menos uma meia dúzia com que não concordaria.
João Cotrim de Figueiredo diz das mais de 100 medidas "há pelo menos uma meia dúzia com que não concordaria.
17:03

O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo disse este sábado não poder qualificar a greve geral como tendo por base motivações políticas, ao contrário do que defendeu o primeiro-ministro no debate quinzenal no parlamento.

Luís Montenegro disse na sexta-feira no Parlamento que a greve geral "não faz sentido" do ponto de vista dos trabalhadores, considerando que tem motivações políticas e que a alteração da legislação laboral é apenas "um pretexto".

João Cotrim Figueiredo, que falava aos jornalistas na escola de aviação Sevenair, no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, distrito de Portalegre, considerou que, da parte da CGTP, a greve tem motivações políticas, mas da UGT não.

"Não consigo qualificá-la como [uma greve com motivações políticas], acho que tem motivações políticas do lado da CGTP, certamente, como sempre tem tido. Do lado da UGT, não me parece que tenha havido essa motivação inicial, portanto, trata-se de uma divergência sobre o conteúdo do pacote laboral em que a greve, não havendo acordo, é um desfecho legítimo", defendeu.

O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, disse este sábado em entrevista à Lusa considerar "um erro" achar que a ministra do Trabalho está a fazer uma "leitura própria" das propostas do anteprojeto de revisão da legislação laboral, apontando Montenegro como o "primeiro responsável", e considera a abertura negocial "uma falácia".

Questionado pelos jornalistas sobre o tema, João Cotrim Figueiredo escusou-se a dar uma "opinião cabal" sobre a discussão.

"A CGTP diz que a culpa é do primeiro-ministro, o primeiro-ministro diz que a culpa é da CGTP, portanto, já percebemos que não vai ser fácil, sem lá ter estado (nas negociações) dar uma opinião cabal sobre isso", disse.

O candidato presidencial considerou no entanto que a negociação "foi deixada em cima da mesa durante meses, sem explicação, sem enquadramento político" e, depois, "de repente", quando o assunto chegou à ordem do dia já o Governo estava "com dificuldades de negociação, de comunicação", resultando dessa forma a falta de entendimento.

Apesar de criticar algumas medidas do pacote laboral, João Cotrim Figueiredo não vetava o diploma como Presidente da República.

"Quando me perguntam se o sentido desta reforma é positivo e seria promulgável, sim. Mas, também já disse publicamente, das cento e tal medidas há pelo menos uma meia dúzia que eu não concordaria, mas o Presidente da República não está ali para promulgar só aquilo com que concorda a 100%", alertou.

João Cotrim Figueiredo defende ainda que nas greves "há direitos que devem ser respeitados", mas também há direitos das pessoas que querem trabalhar, que "também devem ser tidos em conta e isso nunca é discutido"".

"Discute-se muito aqueles que não vão trabalhar no dia 11 e não o irão fazer aderindo à greve geral. Discute-se muito pouco aqueles que não poderão trabalhar no dia 11, não terão fundos de greve nos sindicatos a pagar-lhes os dias que, eventualmente, não trabalhem, e muitas dessas pessoas precisam dessas horas, desses dias de trabalho para equilibrar os seus orçamentos e não estão a ser suficientemente falados", acrescentou.

A CGTP e a UGT convocaram uma greve geral para 11 de dezembro, em resposta ao anteprojeto de lei da reforma da legislação laboral, apresentado pelo Governo.

Esta será a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da 'troika'.

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