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Economia portuguesa cresce 1% este ano mas perde velocidade em 2011

Depois de ter sofrido uma contracção de 2,7% no ano passado, a economia portuguesa deverá crescer 1% em 2010, prevê a OCDE no âmbito das previsões de Primavera, hoje divulgadas. Esta é a previsão mais optimista até agora apresentada pelas instituições internacionais para o comportamento da economia nacional. Em contrapartida, a OCDE antecipa uma nova desaceleração já em 2011.

26 de Maio de 2010 às 09:46

Esta é a previsão mais optimista até agora apresentada pelas instituições internacionais para o comportamento da economia nacional, ficando acima dos 0,3% previstos pelo Fundo Monetário Internacional, dos 0,5% da Comissão Europeia, e inclusive da previsão do Governo, que antecipa um crescimento de 0,7%. Ainda assim, todos coincidem na expectativa de que Portugal fará pior neste ano do que a média da Zona Euro, que nos cálculos da OCDE crescerá 1,2%.

Apesar de ter revisto em alta a previsão para este ano, a instituição sedeada em Paris aponta para que já em 2011 Portugal volte a perder velocidade, em contraciclo com os parceiros europeus e com o conjunto dos 30 países desenvolvidos membros da OCDE.

O crescimento da actividade económica nacional deverá desacelerar para 0,8% no próximo ano, ampliando a distância face à Zona Euro, que crescerá 1,8%, e na comparação com a média da OCDE (2,8%). A confirmarem-se os valores projectados, em 2011 Portugal será dos países da união monetária europeia que menos crescerá – pior só a Grécia, que deve manter-se com uma contracção ainda assinalável, de 2,5%. Nesse ano, Espanha (0,9%) e muito em particular a Irlanda (3%) farão já melhor, depois de terem atravessado recessões mais profundas e demoradas.

O crescimento em Portugal “deverá ser retomado em 2010, mas manter-se-á travado, reflectindo a necessária consolidação orçamental e desendividamento”. O bom desempenho do PIB no primeiro trimestre deste ano (1,7% em termos homólogos e 1% em cadeia), e que terá sido explicado “em larga medida por uma forte recuperação das exportações”, tenderá assim a desvanecer-se, escreve a instituição.

“A contribuição da procura interna para o crescimento será limitada”, na medida em que a “consolidação orçamental irá restringir o consumo público e o crescimento do rendimento das famílias”, explica a OCDE, que diz ainda ser improvável que o sector exportador continue a puxar pela economia, como no arranque do ano.

“A fraca competitividade está a minar o crescimento das exportações: o aumento dos custos laborais durante a crise e a baixa produtividade fazem com que seja improvável que Portugal reconquiste quota de mercado” até ao final de 2011.

Consequentemente, para o último trimestre desde ano, a OCDE prevê um crescimento homólogo de apenas 0,5%, não muito longe da expansão média projectada para 2011 (0,8%), ano que deverá, contudo, terminar com a economia em aceleração: 1,6% é a previsão da OCDE para o último trimestre do próximo ano, o que sugere a probabilidade de uma recuperação mais robusta da economia nacional em 2012.

OCDECEGoverno
Indicadores201020112010201120102011
PIB (%)10,80,50,70,70,9
Taxa desemprego (%)10,610,49,99,99,89,8
Inflação (%)0,91,111,40,81,9
Déf.púb (%PIB)7,45,68,57,97,34,6
Dív.púb.(%PIB)n.d.n.d.85,891,189,490,7
Déf.ext. (%PIB)10,210,310,1109,39,1

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