Os excedentes da balança comercial da Zona Euro e da União Europeia (UE) com o resto do mundo aumentaram em março, face ao período homólogo de 2024, revelam dados publicados, esta sexta-feira, pelo Eurostat. As exportações do bloco dos 27 para os EUA escalaram quase 60% no terceiro mês do ano, quando estava iminente o estalar da guerra comercial, com a imposição de tarifas recíprocas por Donald Trump.

Estimativas preliminares do comércio internacional, publicadas esta sexta-feira, pelo gabinete de estatística europeu indicam que o excedente na Zona Euro atingiu 36,8 mil milhões de euros  em março (contra 22,8 mil milhões em 2024), com as exportações de bens a alcançarem 279,8 mil milhões de euros após uma subida de 13,6% e as importações a totalizarem 243 mil milhões de euros, por força de um aumento de 8,8%.

Os produtos químicos e relacionados foram a principal "contribuinte" do superávit comercial da Zona Euro, categoria que viu o saldo positivo ter um aumento significativo na ordem dos 19,6 mil milhões de euros face a março de 2024. Máquinas e veículos também ajudaram ao saldo positivo, com um incremento adicional de 1,3 mil milhões de euros.

Em sentido inverso, o défice da balança comercial externa dos produtos de energia agravou-se ligeiramente (+800 milhões de euros), tendo sido ainda registados declínios nos saldos de categorias como alimentos e bebidas (1,6 mil milhões de euros) ou matérias-primas (600 milhões de euros).

Já o excedente da balança comercial da UE com o resto do mundo alcançou 35,3 mil milhões de euros em março (contra 22,3 mil milhões em março de 2024). As exportações extra-comunitárias de bens subiram 15,2% para 254,8 mil milhões de euros, enquanto as importações aumentaram 10,4% para 219,5 mil milhões de euros, indica o Eurostat.

Em março, as exportações da UE para os Estados Unidos, o seu principal parceiro comercial, dispararam 59,5% para 71,4 mil milhões, enquanto as importações cresceram 9,4% para 30,7 mil milhões, resultando num saldo comercial positivo favorável ao bloco de 40,7 mil milhões de euros.

Já o défice comercial da UE com a China, o segundo maior parceiro, agravou-se (para 30,7 mil milhões, após uma quebra de 10,1% das exportações e de um aumento de 15,8% das importações.

O Reino Unido completa o pódio, com março a refletir um aumento do saldo comercial favorável à UE (para 16,1 mil milhões de euros contra 15,4 mil milhões), apesar de o ritmo de subida das exportações ter sido inferior ao das importações.