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FMI revê em baixa crescimento de Angola e alerta para riscos de pagamento

O organismo financeiro internacional sublinha que Angola enfrentou uma queda nas receitas do petróleo e um aperto nas condições financeiras externas no primeiro semestre.

O FMI reviu em baixa a previsão de crescimento de Angola de 2,4% para 2,1%.
O FMI reviu em baixa a previsão de crescimento de Angola de 2,4% para 2,1%. Daniel Naupold/AP
14:49

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para o agravamento dos riscos na capacidade de pagamento de Angola, apelando ao controlo das despesas e do endividamento, e reviu em baixa a previsão de crescimento de 2,4% para 2,1%.

Num comunicado divulgado na sua página oficial, onde dá conta das conclusões do conselho de administração sobre a Avaliação Pós-Financiamento de 2025, a instituição de Bretton Woods salienta que a "capacidade de pagamento de Angola continua adequada", mas que os riscos aumentaram em relação ao ano passado.

O organismo financeiro internacional sublinha que Angola "enfrentou uma queda nas receitas do petróleo e um aperto nas condições financeiras externas no primeiro semestre de 2025", refletindo-se na deterioração da posição fiscal, com o défice total projetado para subir para 2,8% do PIB em 2025, face a 1% em 2024.

O Fundo chama também a atenção para pressões de financiamento de curto prazo devido ao vencimento de um montante significativo da dívida externa e prevê que o crescimento desacelere no curto prazo.

Em maio, a projeção preliminar de crescimento para Angola em 2025 já tinha sido revista de 3% para 2,4%, após consulta bilateral entre o Fundo e o Ministério das Finanças, no âmbito do artigo IV (revisão periódica sobre a evolução da economia e políticas de um país-membro), mas agora a entidade multilateral projeta um crescimento de 2,1%.

Por outro lado, embora a capacidade de pagamento de Angola seja considerada "adequada", esta encontra-se sujeita a riscos crescentes.

Os diretores executivos do FMI destacam que as vulnerabilidades se intensificaram recentemente, devido aos desafios persistentes na produção petrolífera e às pressões sobre os preços, e instaram as autoridades a adotarem "políticas macroeconómicas prudentes e esforços de reforma sustentados".

Sublinharam ainda que os riscos para a capacidade de pagamento aumentaram em relação ao ano anterior, devido ao elevado serviço da dívida externa, à maior volatilidade dos preços do petróleo e à perspetiva mais fraca para os saldos fiscais e externo, destacando "a necessidade de racionalizar as despesas para preservar o espaço fiscal e conter o endividamento".

Enfatizaram também a importância de avançar com a reforma dos subsídios aos combustíveis, acompanhada de medidas de proteção aos mais vulneráveis e de uma estratégia de comunicação eficaz, e saudaram os progressos na mobilização de receitas não petrolíferas.

O FMI alertou contra a dependência excessiva de financiamento de curto prazo e de elevado custo, sublinhando a importância de mobilizar recursos de doadores para despesas de desenvolvimento, incentivando Angola a prosseguir a suavização dos pagamentos da dívida e a gerir o endividamento de forma prudente.

No comunicado, a instituição recomenda igualmente evitar um afrouxamento prematuro da política monetária, a fim de sustentar a desinflação e ancorar as expectativas de inflação, e incentiva o Banco Nacional de Angola a manter uma supervisão rigorosa dos riscos sistémicos.

"O fortalecimento do quadro de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo (AML/CFT) e a saída da lista cinzenta do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) continuam a ser prioridades importantes", acrescenta.

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