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Meloni quer limitar participação chinesa em empresas italianas estratégicas

O Governo italiano admite restringir a participação chinesa tanto em empresas estatais como privadas, sendo apontados os casos da Pirelli, uma das maiores empresas do mundo no setor dos pneumáticos, e da CDP Reti, empresa que detém participações de controlo nas redes energéticas italianas.

Meloni avalia limitar investimento chinês em empresas estratégicas italianas
Meloni avalia limitar investimento chinês em empresas estratégicas italianas Alessandro Di Meo Lusa/EPA
12 de Agosto de 2025 às 17:44

O Governo italiano liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni está a avaliar medidas para limitar a participação de investidores chineses em empresas consideradas estratégicas, com o objetivo de evitar tensões com os Estados Unidos, segundo a imprensa italiana.

De acordo com vários órgãos de comunicação social, que citam a agência norte-americana Bloomberg, o Governo de Meloni admite restringir a participação chinesa tanto em empresas estatais como privadas, sendo apontados os casos da Pirelli, uma das maiores empresas do mundo no setor dos pneumáticos, e da CDP Reti, empresa que detém participações de controlo nas redes energéticas italianas.

Citando fontes próximas do processo, a Bloomberg indica que, no caso da Pirelli, Washington já avisou que os pneus equipados com sensores conectados podem sofrer restrições no mercado dos Estados Unidos devido à propriedade chinesa, em linha com as medidas americanas sobre software e hardware provenientes de empresas controladas por Pequim.

A chinesa Sinochem International Corp., controlada pelo Estado, detém 37% do capital da Pirelli, tendo a participação sido já objeto de restrições por parte do Governo italiano, que em 2023 recorreu a poderes especiais -- o chamado "golden power" - para limitar a influência do parceiro asiático em aspetos tecnologicamente sensíveis, como os sensores cibernéticos montados nos pneus, também utilizados na Fórmula 1.

Outra empresa estratégica que está a merecer particular atenção, ainda segundo as mesmas fontes, é a CDP Reti, que é detida em 35% por uma subsidiária da State Grid Corporation of China, com dois representantes no conselho de administração.

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou que "a cooperação em matéria de investimento entre a Itália e a China traz benefícios mútuos", acrescentando que Pequim espera que a Itália continue a garantir "um tratamento" justo às empresas chinesas.

Atualmente, existem cerca de 700 empresas italianas com participações chinesas, mas o Governo de Meloni estará a concentrar-se particularmente em grandes grupos nos setores energético, tecnológico, de transportes e financeiro.

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