Passos Coelho: “Namorar tenho, felizmente, namorado com a minha mulher”
O primeiro-ministro respondia a João Semedo, do Bloco de Esquerda, que afirmou que “tanto apelo ao consenso tem certamente água no bico”.
“No breefing do Conselho de Ministros, houve uma estação de televisão que fez as contas, por doze vezes o ministro Poiares Maduro se referiu ao consenso político”, referiu o líder do Bloco de Esquerda (BE), João Semedo, durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro, esta sexta-feira no Parlamento.
“O ministro Paulo Portas passou a ter um sério concorrente no namoro com o PS”, acrescentou, sublinhando que o primeiro-ministro vai ter de gerir “os ciúmes” entre ministros.
“Tanto apelo ao consenso, e para mais austeridade, tem certamente água no bico. Esse consenso de que o sr. ministro adjunto falou uma dúzia de vezes é imposto pela troika e necessário a um segundo resgate a que já não será possível fugir?” questionou João Semedo.
“Pare de fazer de nós todos parvos. Pare de tomar os portugueses por tolos. Deixe de responsabilizar o Tribunal Constitucional (TC) pelos problemas criados pelo seu Governo”, afirmou também o líder do BE, numa intervenção muito crítica. “Anda a falar desde 2012 dos cortes de 4 mil milhões. Quer que algum português possa acreditar que a responsabilidade da situação tem a ver com o TC? Ao contrário, percebemos bem os malefícios da sua política”.
Na resposta, o primeiro-ministro afirmou: “Fez-me um apelo que considero totalmente desnecessário, agradeço-lhe que acredite que não tenho nenhum juízo de intenção sobre o nível de consciência que cada deputado ou cidadão possa ter sobre o fenómeno político. O que o governo tem feito é assumir as suas responsabilidades. Estamos habituados a discordar. Mas outra coisa é acusar o Governo de não ter políticas”.
A nota do Conselho de Ministros foi “muito clara quanto às poupanças”, esclareceu o governante, admitindo apenas que só não o foi no que toca ao envolvimento do QREN, uma vez que estão ainda a proceder ao levantamento.
“Entre o reforço de 50 milhões nas parcerias público-privadas rodoviárias e na despesa publica em bens e salários, que totalizam 734 milhões de euros, não há aqui nenhuma opacidade”, salientou.
“É verdade que de acordo com os argumento usados no TC, o Governo precisa de repensar” estratégias para os cortes permanentes a apresentar à troika, “porque não tem nenhum interesse em estar sempre a apresentar matéria que o TC possa declarar inconstitucional”.
Sobre o alegado namoro com o PS, respondeu apenas: “Namorar tenho, felizmente, namorado com a minha mulher”.
Mais lidas