É dado como praticamente certo que, na próxima reunião de política monetária, em setembro, o Banco Central Europeu (BCE) vai voltar a deixar os juros inalterados. Mas isso não quer dizer que o assunto esteja encerrado por este ano. Cinco fontes garantiram à Reuters que o tema dos cortes das taxas de juro pode voltar para cima da mesa no outono, caso a economia europeia revele algum enfraquecimento.

Em julho, Christine Lagarde disse estar em modo "esperar para ver", com o BCE a manter inalterada a taxas de juro de referência para o Euro nos 2%, após oito descidas.

Aquilo que Lagarde e os governadores indicaram estar à espera de "ver" era o impacto das tarifas dos EUA no crescimento económico e na inflação - isto ainda antes de ter sido fechado o acordo que fixou as tarifas aos produtos europeus em 15%. 

O valor estava em linha com as expectativas do BCE e veio confirmar que um corte em setembro será desnecessário, explicam as fontes da Reuters, numa altura em que a inflação está em conformidade com a meta fixada. Mas isso não significa que as tarifas não possam afetar a economia europeia.

As fontes da agência indicam que as projeções do BCE, que mostram a inflação a descer abaixo dos 2% no próximo ano mas a voltar a subir em seguida, incorporam mais reduções nas taxas de juro.

Nesse sentido, dizem que nas reuniões do BCE de outubro e dezembro, o tema da flexibilização monetária vai voltar para cima da mesa, esperando-se que nessa altura ja seja visível um impacto das tarifas nas exportações da Zona Euro. Recuos na reoslução da guerra na Ucrânia também podem influenciar esta decisão.