Salários desaceleram, com 2,6% de subida real no terceiro trimestre
Após um ligeiro aquecimento nos meses da primavera, os salários retomaram o abrandamento no terceiro trimestre. O ritmo de crescimento homólogo da média salarial nacional caiu de 6,3% para 5,3%. Ao mesmo tempo, a inflação acelerou nos meses de verão, com os ganhos reais para os trabalhadores a não irem agora além de 2,6%.
A atualização dos indicadores de remunerações médias, publicada nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, coloca a média salarial total - incluindo subsídios de férias, por exemplo - nos 1.615 euros brutos em setembro, com a variação referida de 5,3% face a um ano antes (2,6% em termos reais). No trimestre anterior, a subida nominal de 6,3% correspondia a uma melhoria real de 3,9%.
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Já a média que reflete o salário habitual, passou aos 1.366 euros brutos, numa subida nominal homóloga de 5,4%, que em termos reais vale agora 2,7%. Em junho, o ganho nominal era de 5,6%, correspondendo a 3,3% de subida real.
Quanto à evolução do salário-base médio, o INE indica que este era em setembro de 1.279 euros brutos, mais 5,4% que em um ano antes, com o ganho real a ficar-se igualmente pelos 2,7%. Neste caso, não se verificou um abrandamento de ritmo na variação nominal da média salarial, também 5,4% em junho, mas o aumento da inflação (de 2,2% para 2,6%) diminuiu as melhorias reais para os trabalhadores. O ganho da média de salário-base face à inflação era de 3,1% em junho.
Os dados do INE têm por base as remunerações declaradas à Segurança Social e registadas na Caixa Geral de Aposentações, detalhando a evolução segundo os diferentes setores de atividade. A agricultura e a construção, assim como as atividades do turismo e segmentos da administração pública (excluindo educação ou saúde), registam os maiores aumentos nominais. Respetivamente, de 13%, 6,6%, 6,5% e, novamente, 6,5%, considerando a média salarial total.
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Já os organismos internacionais, as atividades de eletricidade e gás, bem como bancos e seguradoras, têm as piores evoluções, com a média salarial total a crescer apenas 0,7%, 1,8% e 2,9%, respetivamente. Em termos reais, estas variações traduzem-se em perdas reais ou estagnação para os trabalhadores, com uma diminuição real de 1,8% nas remunerações dos organismo estrangeiros sediados no país, de 0,8% nas atividades ligadas à energia e climatização, e uma melhoria real de meros 0,3% nas atividades financeiras e de seguros.
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