François Hollande enfrenta risco de "impeachment"
Já em meados de Outubro, Pierre Lellouche, deputado republicano, havia levantado publicamente essa possibilidade na sequência da publicação do controverso livro de François Hollande com o sugestivo título "Um Presidente Não Devia Dizer Isso…". Hoje, 7 de Novembro, passou à acção e apresentou no parlamento uma petição na qual reclama a destituição do Presidente com base no artigo 68.º da Constituição francesa, alegando que Hollande violou segredos de Estado.
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Trata-se de uma iniciativa inédita em França e, com grande probabilidade, destinada ao fracasso, já que, para que a destituição se materializasse, teria de ser votada em tempo recorde (as eleições presidenciais estão agendadas para Maio do próximo ano) e por dois terços dos deputados num parlamento maioritariamente de esquerda. Quanto muito, este processo tornará ainda mais magras as hipóteses de os socialistas recandidatarem Hollande, o que, a confirmar-se, será também uma primeira vez na história da V República: até agora, todos os presidentes tentaram obter um segundo mandato junto do eleitorado.
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As passagens que mais preocupam Pierre Lellouche respeitam os assassinatos selectivos de terroristas na Síria. O Presidente terá dado a conhecer a lista dos visados aos dois jornalistas que escreveram o polémico livro. Uma "traição" e uma "falha de cumprimento dos deveres [de Presidente] manifestamente incompatível com o exercício do mandato", alega o deputado e advogado, que, na exposição de motivos do pedido de destituição de Hollande, refere que se tal divulgação tivesse sido feita por soldados ou diplomatas estes poderiam enfrentar sete anos de prisão e 100 mil euros de multa.
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