Governo holandês colapsa com saída de líder da extrema-direita

O Governo de coligação da Holanda colapsou esta terça-feira, depois de o líder da extrema-direita, Geert Wilders, ter anunciado que o seu partido -  o Partido para a Liberdade (PVV, em holandês) - iria abandonar o executivo. Com a saída de Wilders, o cenário mais provável é a marcação de novas eleições.

No centro do conflito que levou à saída de Wilders estava uma proposta para travar a imigração, que os parceiros de coligação recusaram.

"Não houve assinatura nos nossos planos de asilo. O PVV deixa a coligação", escreveu na rede social X.

Wilders já tinha ameaçado deixar a coligação durante o fim de semana, depois de ter visto chumbado o seu plano para suspender o programa de asilo do país - o plano incluía encerrar as portas dos Países Baixos aos requentes de asilo, repatriar os sírios que já obtiveram esses estatuto e suspender, temporariamente, a reunião familiar. Novas negociações aconteceram na segunda-feira, mas falharam.

A coligação assumiu o poder em julho do ano passado mas demonstrou sempre dificuldade em chegar a acordos. O primeiro-ministro Dick Schoof ainda não reagiu a este anúncio.

A queda do Governo irá provavelmente adiar a aprovação de um aumento dos gastos dom Defesa, necessário para cumprir as metas da NATO.

O partido de Wilders ganhou as últimas eleições, mas tem vindo, desde então, a perder apoio, pelo menos a julgar pelas sondagens. Os inquéritos mais recentes, citados pela Reuters, dão cerca de 20% dos votos ao PVV.

A saída do o Partido para a Liberdade desencadeia eleições antecipadas - a votação normal estava agendada para 2027. Esta não é a primeira vez que o tema da imigração faz cair um Governo holandês: o mesmo aconteceu em 2023, com o Executivo liderado por Mark Rutte.

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