Instituto Ifo defende eliminação de um feriado na Alemanha
"Mais dinheiro não constrói sozinho estradas e pontes – também são necessários mais trabalhadores", sustenta o presidente do Ifo num artigo de opinião reproduzido esta sexta-feira pelo instituto sediado em Munique. Clemens Fuest refere o exemplo da Dinamarca, onde "foi abolido um feriado para suportar o esforço de defesa".
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"A não ser que esteja disponível mais força de trabalho, os programas de despesa vão aumentar os salários na defesa e na construção, levando os trabalhadores a migrar de outros setores", diz. "Outros setores industriais terão de encolher, e a mão-de-obra vai tornar-se mais escassa em importantes serviços como a saúde ou o setor dos cuidados", sustenta.
Refutando possíveis contra-argumentos que sustentem que se pode chegar ao mesmo resultado através de mais investimento ou formação, o economista alemão alega que com as alterações demográficas "todas as oportunidades para estabilizar a oferta de trabalho devem ser exploradas" e acrescenta que retirar um feriado acrescenta cerca de 8 mil milhões de euros ao PIB.
A Alemanha aprovou em março uma alteração ao chamado "travão da dívida", com o objetivo de acomodar a execução do fundo de 500 mil milhões de euros para defesa. O conservador Friedrich Merz, líder da CDU, que tem um acordo de governação com o SPD, foi eleito na semana passada à segunda tentativa. A economia alemã corre o risco de entrar no terceiro ano de recessão.
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O último relatório sobre o assunto da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho dava conta, em 2022, de 30 dias de férias e 7 feriados na Alemanha. O que, para um período normal de trabalho de 37,7 horas por semana apontava para 1.681 horas de trabalho por ano.
Em Portugal, com 22 dias de férias (reduzidos no programa de ajustamento da troika) e 10 feriados, e um período normal médio superior a 39 horas, os cálculos da agência da Comissão Europeia apontavam para 1.797 horas de trabalho por ano. Os dados sobre horas efetivamente trabalhadas também são superiores em Portugal.
Notícia atualizada pelas 22h15 com alteração da fotografia que ilustra o texto.
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