Patrões da Catalunha temem década de estagnação económica
Os empresários da Catalunha estão preocupados com as perspectivas de crescimento no médio prazo, antecipando mesmo que, se não for resolvida rapidamente a indefinição política e a crise resultante do processo independentista, aquela que nas últimas décadas foi a região mais rica de Espanha pode atravessar "um longo período em ‘stand by’, sem crescimento económico durante dez anos ou mais".
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Joaquim Gay de Montellà, presidente da Foment del Treball Nacional, a principal organização patronal catalã, aponta o foco do impacto negativo "a partir de 2020", quando "será muito visível todo o dano provocado" pela crise que teve o auge no Outono do ano passado, levando quase três mil empresas a transferir a sede social para outras regiões espanholas e à fuga também dos fundos de investimento internacionais.
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Segundo um estudo divulgado pela Informa, essas empresas que fugiram da Catalunha facturaram 44.000 milhões em cinco meses, entre 1 de Outubro e o final de Fevereiro. A Comunidade de Madrid foi a maior beneficiária do êxodo provocado pelas tensões separatistas, acolhendo 62% das empresas e ficando com 74% das receitas obtidas por estes negócios.
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Considerando "uma anomalia não ter um Governo [regional] formado há tanto tempo e carecer de um interlocutor válido", o líder dos patrões resume, numa entrevista ao jornal El Mundo, que "o problema é que na Catalunha quer-se fazer política sem governar e em Madrid querem governar sem fazer política". "Seria bom que em ambos os sítios houvesse mais equilíbrio entre governo e político, isso daria a base para uma maior estabilidade", completou.
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País Basco como exemplo de recuperação
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Lembrando o "exemplo positivo" do País Basco, que atravessou mais dificuldades do que aquelas que a Catalunha agora sente e conseguiu recuperar e tornar-se uma das zonas mais atractivas para investir em Espanha e na Europa, o líder da Foment, que está de saída do cargo no final deste ano, frisa que "a primeira missão deve ser formar" um Executivo regional até à data-limite, fixada em 22 de Maio.
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E a Generalitat pode ser assumida por um político preso ou fugido da Justiça? "Não faz nenhum sentido que se elege como autoridade máxima uma pessoa privada de liberdade. O candidato à investidura deve reunir as condições de normalidade dentro do ordenamento" jurídico do país, respondeu Joaquim Gay de Montellà.
De visita a Espanha, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou no domingo, 15 de Abril, que as autoridades de Portugal não devem falar sobre questões políticas internas daquele país, como é o caso deste problema na Catalunha, dizendo esperar que o país vizinho faça o mesmo em relação a assuntos internos portugueses.
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