Sánchez: Brexit vai afetar os cidadãos "mais vulneráveis"

O primeiro-ministro espanhol lamentou a decisão do Parlamento britânico de rejeitar o acordo de saída. Para Pedro Sánchez quem vai sofrer mais são os cidadãos "vulneráveis".
Tiago Varzim 16 de Janeiro de 2019 às 10:45

Para Pedro Sánchez o Brexit é uma "desgraça". Num discurso no Parlamento Europeu, o primeiro-ministro espanhol lamentou que os deputados britânicos tenham rejeitado o acordo de saída firmado entre o Governo britânico e os 27 Estados-membros. E alertou que aqueles que mais vão perder são os "vulneráveis".

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"Sempre manifestei a minha opinião de que o Brexit é uma desgraça", afirmou Sánchez perante os eurodeputados esta quarta-feira, 16 de janeiro, num ciclo de debates sobre o futuro da Europa que conta com a presença dos chefes de Governo dos Estados-membros.

É uma "desgraça" para os britânicos e para a União Europeia, sublinhou, referindo que "ninguém ganha". Mas em particular quem "perde" são "aqueles que mais necessitam do amparo do seu Governo", ou seja, "os mais vulneráveis".

Apesar disso, o primeiro-ministro espanhol ressalvou que esta é uma "decisão soberana" que deve ser respeitada. Tal como já tinham feito os representantes da União Europeia, Sánchez passou a batata quente para as mãos da primeira-ministra britânica, Theresa May: "Cabe ao Governo do Reino Unido adotar as decisões que considere oportunas sobre os passos a dar", disse. 

Uma vez que o cenário de 'no deal' se torna cada vez mais provável, o chefe do Governo espanhol formado há oito meses garantiu que também Espanha está a tomar "as medidas necessárias para minimizar o impacto de uma possível saída sem acordo".

É uma "desgraça" para os britânicos e para a União Europeia, sublinhou, referindo que "ninguém ganha". Mas em particular quem "perde" são "aqueles que mais necessitam do amparo do seu Governo", ou seja, "os mais vulneráveis".

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Ya en el @Europarl_ES, junto a @Antonio_Tajani. En unos minutos intervendré ante el #PlenoPE para contribuir a la reflexión sobre el futuro de Europa.

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Num discurso focado no futuro da Europa, à porta das eleições que se realizam em maio deste ano, Pedro Sánchez sublinhou diversas vezes a necessidade de combater as desigualdades em vários campos da sociedade europeia uma vez que considera que é esse o combustível do anti-europeísmo que tem afetado a União Europeia. 

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Exemplo disso é a desigualdade intergeracional criada pela crise. "Não podemos permitir que se mantenha a ideia de que os jovens de hoje estão destinados a viver pior do que a geração anterior", sublinhou Sánchez, referindo que a globalização não pode ser apenas uma fonte de problemas, mas também de oportunidades. 

A mesma questão coloca-se na desigualdade de género. O líder do Governo do país da OCDE com o maior número de mulheres reivindica para si essa bandeira: "Hoje quero propor a adoção da Estratégia de Igualdade de Género da União Europeia com caráter vinculativo", anunciou.

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Esta estratégia teria como objetivo diminuir o fosso dos rendimentos entre mulheres e homens. "Que a voz da Europa lidere esta luta neste que já é o século das mulheres", pediu. 

No centro destas duas preocupações está a desigualdade e a insegurança económica. Aos eurodeputados, Sánchez disse estar empenhado em que a política europeia "antecipe os acontecimentos" sendo que, para isso, é preciso aproveitar os momentos em que as condições económicas são favoráveis.

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"Devemos completar a estrutura do euro antes que a próxima crise enfraqueça a nossa moeda e a nossa União", afirmou. O primeiro-ministro espanhol recordou a experiência da recente crise para insistir que se avance rapidamente: "Não podemos arcar com o preço que sabemos que a inação terá".

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