Putin recusa voltar ao acordo dos cereais até Ocidente deixar de bloquear exportações russas
O presidente russo, Vladimir Putin, mostrou-se esta segunda-feira disponível - num encontro com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan - para discutir o acordo de cereais do Mar Negro, apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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No entanto, após o encontro, o chefe de Estado russo alertou que o acordo sobre cereais que permitiu à Ucrânia exportar cereais em segurança através do Mar Negro não será restaurado até que o Ocidente volte a facilitar as exportações russas de materias-primas agrícolas.
O presidente russo foi mais longe e afirmou mesmo que se este compromisso for cumprido, a Rússia poderá regressar ao acordo "nos próximos dias".
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Porém, para tal, será necessário "que sejam totalmente implementados todos os acordos sobre o levantamento das restrições às exportações de produtos agrícolas russos", sublinhou, citado pela CNN.
Putin continuou ainda a imputar as culpas relativamente aos constrangimentos no abastecimento de cereais.
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"O Ocidente continua a bloquear o fornecimento de cereais e fertilizantes da Federação Russa aos mercados mundiais", frisou Putin, que considera - citado pela AFP - que o Ocidente "enganou" a Rússia relativamente ao acordo sobre cereais.
O acordo assinado em julho do ano passado foi abandonado por Moscovo em julho deste ano, devido a críticas de que os alimentos e fertilizadores russos estavam a enfrentar obstáculos e que não estava a chegar uma quantidade suficiente de cereais aos países em necessidade. Ainda assim, o acordo permitiu a exportação de 33 milhões de toneladas de cereais da Ucrânia, através do Mar Negro.
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O presidente turco, por sua vez, afirmou que qualquer acordo seria "de extrema importância" para os países em desenvolvimento em África e que "o mundo está à espera do resultado da reunião de hoje". Este foi o primeiro encontro entre os dois chefes de Estado desde outubro do ano passado.
Egito faz compra privada de trigo russo
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Numa altura em que a guerra na Ucrânia alterou a forma como alguns Estados compram cereais, há quem prefira fazer acordos bilaterais, em vez de recorrer aos tradicionais concursos. Tem sido esse o o caso do Egito, que uma vez mais preferiu um contrato privado.
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O maior importador de trigo do mundo decidiu comprar diretamente 480 mil toneladas deste cereal à Rússia, estimando-se que o preço (custo e frete incluídos) tenha rondado os 270 dólares por tonelada, avançou a Reuters citando quatro operadores de mercado.
O Egito terá, assim, conseguido comprar trigo a um preço mais baixo do que pagaria num cenário de concurso tradicional, sublinharam as mesmas fontes. Segundo os "traders", o valor pago terá também ficado abaixo do nível mínimo (não oficial) estabelecido pelo Kremlin para controlar os preços do trigo no país.
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