Um morto, 19 feridos e 320 mil casas sem eletricidade em Kiev após ataque russo
Uma pessoa morreu e 19 ficaram feridas na madrugada de hoje, em consequência de um ataque russo contra a capital ucraniana, Kiev, que deixou ainda 320 mil casas sem eletricidade, informou o presidente da câmara da cidade.
O ataque com mísseis balísticos e drones levado a cabo por Moscovo, e que atingiu vários pontos da cidade, aconteceu em vésperas de um encontro programado entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente norte-americano, Donald Trump, na Florida, para discutir a questão dos territórios, no âmbito das negociações destinadas a pôr fim à guerra, mas que até agora não produziram resultados concretos.
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Zelensky reagiu, afirmando que o ataque contra Kiev mostra que a Rússia "não quer pôr fim à guerra".
Hoje de madrugada, uma série de fortes explosões foi ouvida em Kiev, depois de as autoridades militares terem alertado a população para a presença de numerosos drones e mísseis a ameaçar diversas regiões do país.
Segundo o presidente da câmara de Kiev, os ataques noturnos na capital provocaram um incêndio num edifício residencial e causaram um morto e 19 feridos, dos quais 11 foram hospitalizados.
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"Na capital, 19 pessoas já foram atingidas. Onze delas foram hospitalizadas", afirmou Klitschko, acrescentando que "2.600 edifícios de habitação, 187 creches, 138 escolas e 22 instituições sociais" ficaram sem aquecimento.
A vítima mortal foi uma mulher de 47 anos, revelou o governador regional, Mykola Kalashnyk, acrescentando que mais de 320 mil lares permaneciam sem eletricidade hoje de manhã, sobretudo na margem esquerda da região.
A Força Aérea ucraniana emitiu um alerta aéreo nacional nas primeiras horas de sábado, indicando que 'drones' e mísseis sobrevoavam várias regiões do país, incluindo a capital.
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As negociações para uma solução do conflito intensificaram-se nas últimas semanas, após a apresentação de um plano proposto por Donald Trump.
Inicialmente considerado por Kiev e pelos europeus demasiado favorável a Moscovo, o documento foi reformulado.
Volodymyr Zelensky revelou esta semana os detalhes de uma nova versão, revista mas criticada por Moscovo, que acusou a Ucrânia de querer "sabotar" as negociações.
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A nova versão prevê o congelamento da linha da frente, sem oferecer uma solução imediata para as reivindicações territoriais da Rússia, que ocupa mais de 19% do território ucraniano.
"Temos uma agenda carregada. Isso acontecerá durante o fim de semana, penso que no domingo, na Florida, onde teremos uma reunião com o presidente Trump", afirmou Zelensky na sexta-feira aos jornalistas.
Segundo o presidente ucraniano, as conversações incidirão sobre "questões sensíveis", nomeadamente o futuro do Donbass, região industrial do leste da Ucrânia reivindicada por Moscovo, e da central nuclear de Zaporijia, no sul do país, ocupada por forças russas, bem como sobre as garantias de segurança que os países ocidentais poderão fornecer à Ucrânia no âmbito de um eventual acordo de paz.
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Na sexta-feira, Trump afirmou que Zelensky "não terá nada" sem o seu acordo, numa entrevista ao portal Politico, manifestando também confiança num entendimento tanto com o líder ucraniano como com o presidente russo, Vladimir Putin, com quem disse prever conversar "em breve".
A mais recente versão do plano norte-americano, um documento com 20 pontos, propõe congelar as posições das duas partes, sem responder à exigência russa de retirada das forças ucranianas de cerca de 20% da região de Donetsk que ainda controlam.
Ao contrário da versão inicial, o novo texto deixou de incluir qualquer obrigação jurídica de não adesão da Ucrânia à NATO, uma linha vermelha para Moscovo.
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Por estas razões, a aprovação do documento pela Rússia, parece, para já, improvável.
O vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros afirmou que o texto "difere radicalmente" do que tinha sido negociado anteriormente entre Washington e Moscovo, advertindo que, sem regressar aos entendimentos prévios, "nenhum acordo poderá ser concluído".
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