Pão de ló: quando a tradição se cola aos dedos
Por cá, Margaride, Alfeizerão, Arouca, Ovar, Famalicão, Mirandela ou Alpiarça são algumas das localidades que o reclamam como sua especialidade, mas a venda é transversal.
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Pão de ló, pan di spagna, sponge cake, pão de Castella, kasutera, bolo de Sabóia e bizcocho são alguns dos nomes que se cruzam na história deste doce, que se tornou essencial nas mesas dos portugueses nesta época do ano. As narrativas em Itália, Espanha, Portugal, Reino Unido, França ou Japão parecem ter, pelo menos, um denominador comum: um bolo leve. Numa das primeiras referências, em meados do século XIV, o Conde de Sabóia ofereceu ao rei Carlos IV a criação de um pasteleiro francês que lhe chamava bolo de Sabóia, supostamente o antepassado do pão de ló. Há também menções aos pães de ló no livro Arte de Cozinha de Domingos Rodrigues, publicado no século XVII, e ao “pan di spagna”, tal como é conhecido em Itália, de um cozinheiro genovês que o ofereceu ao rei de Espanha no final do século XVIII. Mas entre os “nuestros hermanos” há quem lhe chame ainda bizcocho. A nobre que levou de Portugal as receitas para Itália publicadas em 1967 no Livro de Cozinha da Infanta D. Maria, chamou-lhe “paão de llo”, enquanto na versão inglesa e estadunidense, o nome mais popular é “Sponge”. No Japão, as trocas com os portugueses tornaram-no no pão de Castella ou kasutera.
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