A Alta Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, disse nesta terça-feira que para haver um acordo de cessar-fogo na Ucrânia, o país de leste tem de ser incluído nas negociações, assim como as nações da UE.

"Para que possa haver a implementação de um acordo, é preciso a Europa e é preciso a Ucrânia. Portanto parece claro que [Vladimir] Putin está só a fingir que negoceia", atirou a também vice-presidente da Comissão Europeia, em declarações à CNBC.

Esta foi, até ao momento, uma das reações europeias mais fortes à reunião entre os presidentes americano e russo que está agendada para a próxima sexta-feira, 15 de agosto. Neste encontro, Donald Trump e Vladimir Putin vão discutir os possíveis termos para um cessar-fogo na Ucrânia.

"Putin não quer o [Volodymyr] Zelensky sentado à mesa porque isso mostraria que ele não quer de facto negociar. Só quer ter uma fotografia com o Presidente Trump e adiar as sanções", acrescentou ainda Kaja Kallas.

Na segunda-feira, tinha sido a vez de Donald Trump fazer um ataque sobre a situação na Ucrânia. "Eu diria que ele [Zelensky] poderia ir [na sexta-feira], mas ele já foi a muitas reuniões. (...) Ele está lá há três anos e meio e nada aconteceu", criticou o presidente americano.

Apesar do ataque, Donald Trump diz estar comprometido em pedir a Putin que "acabe com a guerra". O presidente dos EUA admitiu ainda que um acordo de cessar-fogo pode efetivamente envolver a cedência de território ucraniano à Rússia, referindo-se a "algumas alterações" de território.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022.