O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou esta segunda-feira uma trégua unilateral de quatro dias no conflito com a Ucrânia, que dura há mais de três anos. A pausa vai decorrer de 8 a 10 de maio, em celebração do 80.º aniversário do Dia da Vitória - data em que se celebra a capitulação do regime da Alemanha nazi, em 1945.

O anúncio foi feito através da rede social Telegram, de acordo com a Bloomberg. Putin espera que a Ucrânia siga as pisadas da Rússia, mas promete uma "resposta adequada e efetiva" caso Kiev viole a trégua unilateralmente declarada. Na mesma declaração, Moscovo afirma estar disponível para começar a negociar um acordo de paz com Ucrânia, sem precondições. 

Kiev respondeu com ceticismo a este anúncio. Através da rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiha, afirmou que "se a Rússia quer paz, deve cessar fogo imediatamente". "Para quê esperar por dia 8 de maio", indagou o membro do executivo, acrescentando que uma pausa no conflito deve ser "real, e não apenas um espetáculo". 

Já a Casa Branca reforçou a posição que tem assumido nos últimos tempos. O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a apelar a um acordo de cessar-fogo permanente entre as duas partes, depois de já ter ameaçado abandonar a mediação das negociações. "O presidente deixou claro que quer um cessar-fogo permanente", assegurou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Trump quer ver "progressos reais" para chegar ao fim do conflito e encontrou-se no sábado, à margem do funeral do Papa Francisco, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Ambos descreveram esta conversa como "muito produtiva", numa altura em que o republicano tem mostrado grande impaciência tanto com o seu homólogo ucraniano como com Putin. 

Na semana passada, o republicano atacou Zelensky por recusar reconhecer a ocupação russa da Crimeia. "Ele pode ter paz ou pode lutar durante mais três anos e perder o país todo", escreveu Trump, que colocou Putin ainda na sua mira: "sinto que me está a enganar". 

No início de abril, o Presidente russo já tinha declarado uma trégua unilateral de 30 horas durante a Páscoa, mas a pausa não foi respeitada com os dois lados a acusarem-se mutuamente de violarem este acordo. 

Notícia atualizada com reações da Ucrânia e dos EUA