Merkel defende orçamento e fundo monetário para a Zona Euro
A transformação do Mecanismo Europeu de Estabilidade num Fundo Monetário Europeu, a criação de um orçamento da Zona Euro ou de uma força de intervenção militar europeia, propostas do presidente francês, foram recebidas com várias reticências na Alemanha, que teme qualquer caminho que possa implicar transferências orçamentais directas para outros países. Agora, numa entrevista ao Frankfurt Allgemeine Sonntagszeitung publicada este domingo, Angela Merkel vem dar-lhes um novo impulso e mais detalhes.
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A chanceler alemã dá inequívoco apoio à criação do Fundo Monetário Europeu, com capacidade para conceder financiamentos com prazos até cinco anos, sujeitos a condicionalismos aceites pelos Estados-membros que a eles recorram, com um tecto máximo e reembolsados na totalidade.
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"Posso imaginar a possibilidade de uma linha de crédito de curto prazo, cinco anos por exemplo. Dessa forma seríamos capazes de colocar debaixo da nossa asa países que atravessem dificuldades devido a circunstâncias extraordinárias", afirma a chanceler na entrevista, citada pela agência Reuters.
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Merkel apoia ainda a criação de um orçamento da Zona Euro para projectos de investimento que tenham como objectivo resolver debilidades estruturais nas economias e não situações de emergência. O montante? A chanceler diz que deverá ser na casa das poucas dezenas de milhares de milhões. O controlo parlamentar deste orçamento é um aspecto a resolver.
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Sobre Itália, rejeita um papel mais significativo do BCE no alívio do endividamento do país. "A solidariedade entre os membros do euro nunca deverá levar a uma união da dívida, mas ser sobre como ajudar os outros a ajudarem-se a si mesmos".
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Próximo orçamento da UE fechado antes das eleições A entrevista passou ainda pelo próximo orçamento da União Europeia. Merkel diz que o assunto deve estar encerrado antes das eleições europeias e que todos os contribuintes líquidos terão de pagar mais. Afirma também que há uma "necessidade urgente" de reduzir a burocracia nos fundos da agricultura.
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Outra tema que dominou a conversa foi a emigração. A chanceler defendeu a criação de uma agência europeia para as migrações, uma política de asilo comum e procedimentos comuns para fronteiras externas da EU. A conversão da Frontex numa polícia de fronteira capaz de actuar de forma independente foi outra das ideias que deixou.
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Na frente da defesa, disse ter "uma opinião positiva" sobre a proposta de Macron para a criação de uma força de intervenção da União Europeia.
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Na frente da reforma institucional da EU, Angela Merkel defendeu a redução do número de comissários europeus e uma rotação dos maiores países. Disse ainda que, a prazo, a escolha do presidente da Comissão Europeia deve ter por base listas transnacionais.
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