O acordo histórico entre UE e Mercosul em cinco perguntas e respostas
O objetivo é criar a maior área de comércio livre do mundo, com um mercado potencial de 700 milhões de consumidores e encontrar alternativas viáveis face ao recuo dos Estados Unidos com a nova política de tarifas gerais de 15% sobre os produtos da União Europeia (UE).
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A Comissão Europeia apresentou a 3 de setembro os tratados que finalmente vão consolidar o acordo do Mercosul, bem como a ampliação e atualização do acordo já existente com o México. Os acordos visam consolidar as relações comerciais com a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai, além de reforçar as alianças estratégicas da Europa.
Com o novo acordo, grande parte das tarifas que mantinham o comércio de bens entre as duas regiões estagnado em 100 mil milhões de euros será eliminada.
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Quando as novas condições entrarem em vigor, Bruxelas prevê que as exportações europeias poderão aumentar rapidamente em até 39%, somando um valor de quase 50 mil milhões de euros, face ao existente.
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O propósito passa também por ter opções noutras geografias, dado os entraves criados pelos Estados Unidos na guerra comercial. No conjunto, estima-se que o bloco dos quatro países do Mercosul vai eliminar as tarifas sobre 93% das exportações da União Europeia, enquanto o europeu fará o mesmo com 82% das importações agroalimentares provenientes da Argentina, Brasil, Paraguai ou Uruguai.
Além do setor agrícola, o acordo prevê a eliminação progressiva das tarifas ao longo de um período de 10 anos. Nesse contexto, os setores mais beneficiados serão o automóvel, a moda e o couro, os produtos químicos e farmacêuticos.
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A retirada das tarifas, especialmente as do azeite e do vinho, é particularmente relevante para Portugal, um dos principais exportadores para a região. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, a média de exportações de azeite para os países do Mercosul entre 2019 e 2023 foi de 276 milhões de euros. No vinho foi de 71 milhões de euros, em média.
O principal mercado é o Brasil (99% das exportações) e o Uruguai (1%). Desta região, Portugal importa sobretudo soja, milho e açúcar.
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O novo acordo requer aprovação do Parlamento Europeu e a ratificação de todos os Estados-membros antes de entrar em vigor. Apesar das dúvidas levantadas pela França e Polónia, que procuram defender as respetivas indústrias agrícolas da concorrência dos produtos provenientes do Mercosul, Bruxelas espera ter o acordo ratificado até ao final do ano.
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