Como a Frente Nacional francesa quer "desmantelar" a Zona Euro
Marine Le Pen, líder do partido francês de extrema-direita, Frente Nacional, prepara-se para apresentar no próximo fim-de-semana, em Lyon, o seu programa eleitoral, que confirma a intenção da candidata de retirar o país da Zona Euro.
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O "Frexit" está no centro do guião do partido, que conta ainda com medidas como intervenções no mercado cambial e a imposição de tarifas sobre as importações, segundo avançou um responsável da Frente Nacional à Reuters.
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Um pilar central do programa eleitoral de Le Pen é acabar com a dependência de França do financiamento no mercado, passando o Estado a financiar-se junto do banco central do país.
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"O programa da Frente Nacional prevê explicitamente o restabelecimento da possibilidade de o Estado francês se refinanciar junto do Banco de França", afirmou Jean Messiha, que coordena a elaboração da plataforma eleitoral da candidata francesa.
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O partido considera que "ao quebrar o monopólio do mercado financeiro, isso automaticamente reduzirá" os custos de financiamento. "A única forma de a economia francesa se adaptar ao modo como a economia global está a evoluir é recuperando a sua soberania monetária e orçamental", acrescentou o responsável.
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Além de exigir uma extensa revisão das leis francesas, a implementação das medidas propostas exigiria não só que Le Pen vencesse as eleições presidenciais como também que a Frente Nacional ganhasse as legislativas de Junho.
Segundo esclareceu o alto responsável do partido à Reuters, mais do que retirar França da Zona Euro, a intenção da Frente Nacional passa por "desmantelar" a região da moeda única. "O nosso cenário preferido seria acordar, conjuntamente, o desmantelamento da Zona Euro", referiu Messiha.
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Se esse plano não vingar, um governo da Frente Nacional procuraria uma saída unilateral da região da moeda única, submetendo essa decisão ao povo francês num referendo, à semelhança do que foi feito em Junho do ano passado, no Reino Unido.
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Para reconstruir a base industrial de França, o partido pretende criar uma espécie de imposto sobre as importações e forças as retalhistas a terem nas prateleiras uma determinada percentagem de produtos franceses, dependendo da quantidade de cada produto que pode "realisticamente" ser produzido a nível local, segundo explicou Messiah.
As sondagens mostram que Marine Le Pen deverá conseguir disputar a segunda volta das presidenciais francesas em Maio, que deverá, porém, dar a vitória a Francois Fillon ou Emmanuel Macron.
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