Défice sobe para 2 mil milhões com SNS a pressionar despesa e IRS a limitar receita

O défice atingiu 2.022 milhões de euros nos primeiros quatro meses do ano, o que representa um agravamento de 165 milhões de euros face ao período homólogo.  
Mário Centeno
António Pedro Santos/Lusa
Nuno Carregueiro 25 de Maio de 2018 às 15:57

O Ministério das Finanças anunciou esta sexta-feira que o défice orçamental das Administrações Públicas, em contabilidade pública, atingiu 2.022 milhões de euros nos primeiros quatro meses do ano, o que representa um agravamento de 165 milhões de euros face ao período homólogo.

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De acordo com o gabinete de Mário Centeno, este agravamento é explicado por um crescimento da despesa (4,1%) superior ao da receita (3,8%).

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"Quando corrigidos os factores especiais que influenciam a execução mas não afectam o défice anual em contas nacionais, esta evolução está em linha com a melhoria prevista do défice em contas nacionais inscrita no Orçamento do Estado 2018", refere o comunicado das Finanças.

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SNS pressiona despesa

 

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Numa altura em que aumentam as notícias de problemas em hospitais e outros serviços de saúde, o Ministério das Finanças destaca que a despesa no Serviço Nacional de Saúde (SNS) atingiu máximos do período pré-troika.

 

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O aumento de 4,1% na despesa da administração pública reflecte "a redução dos pagamentos em atraso na Saúde e o acréscimo dos encargos com o pagamento de cupões de swaps em várias empresas públicas", diz o ministério de Centeno, acrescentando que a despesa do SNS na óptica financeira "registou um crescimento de 3,5%, acima do orçamentado, reflectindo um aumento de 4,5% das despesas com a aquisição de bens e serviços e a duplicação do valor do investimento".

 

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A saúde também contribuiu para a descida de 70 milhões de euros ocorrida nos pagamentos em atraso, já que nos Hospitais E.P.E. a descida foi de 48 milhões de euros.

 

Reembolsos penalizam receita

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No que diz respeito à receita do Estado, o Ministério das Finanças assinala que o crescimento de 1,4% foi limitado pelo aumento de 25% nos reembolsos de IRS, em "resultado da redução do prazo médio de reembolso" deste imposto.

 

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Segundo as Finanças, os contribuintes receberam mais 563 milhões de euros nos primeiros quatro meses deste ano do que no mesmo período do ano passado.

 

"O comportamento da receita acompanhou a evolução favorável da actividade económica e do emprego", refere o ministério, salientando que a receita líquida do IVA aumentou 6,5%, o que se situa "acima do crescimento previsto".

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Quanto ao "forte crescimento" de 6,7% das contribuições para a Segurança Social, reflecte o comportamento do mercado de trabalho.

(notícia actualizada às 16:15 com mais informação)

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